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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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A atual formação dos professores não é suficiente para as demandas do século XX1

Se fizermos uma pesquisa entre professores(as) e perguntarmos coisas relacionadas aos mecanismos fisiológicos e químicos cerebrais que ocorrem durante o processo de ensino e aprendizagem, poucos ou pouquíssimos profissionais saberão responder. Uma outra pesquisa interessante, seria perguntar para esses mesmos profissionais quantos conhecem e sabem utilizar ferramentas do campo da informática que possam incrementar sua atuação profissional.
Se fizermos uma pesquisa entre professores(as) e perguntarmos coisas relacionadas aos mecanismos fisiológicos e químicos cerebrais que ocorrem durante o processo de ensino e aprendizagem, poucos ou pouquíssimos profissionais saberão responder. Uma outra pesquisa interessante, seria perguntar para esses mesmos profissionais quantos conhecem e sabem utilizar ferramentas do campo da informática que possam incrementar sua atuação profissional. 
Tais perguntas desnudariam um quadro muito facilmente perceptível e que ficou ainda mais claro com as atuais obrigatórias aulas on-line, o descompasso entre práticas pedagógicas e o mundo em que vivemos. 
Da mesma maneira que não é razoável que um fisioterapeuta já formado não conheça a dinâmica motora dos músculos e ossos da perna, também não deveria ser coerente um(a) educador(a) não conhecer a dinâmica bioquímica do cérebro humano no processo de ensino e aprendizagem. Quando um aluno faz uma prova ou qualquer pesquisa acadêmica, para expor suas ideias no papel precisará recorrer a sua memória. Portanto, o conhecimento sobre como se realiza a construção da memória humana é vital para que o(a) professor(a) encontre a melhor maneira de construir sua aula, e que os conteúdos ali abordados possam ser mais facilmente lembrados num momento posterior.
Não aprendemos isso nas faculdades, saímos das universidades sem ter a menor noção de quais as melhores práticas para o cérebro aprender e apreender alguma informação. Sabemos, sim, o que alguns autores da psicologia e da pedagogia encontraram como boas práticas acadêmicas, mas sem nenhuma explicação fisiológica de como essas coisas acontecem. 
De quem é a culpa? Há duas formas de responder. Na primeira eu diria que não existe culpado, pois o problema é da estrutura arcaica em que antigos e atuais profissionais da educação são moldados. A segunda resposta é mais polêmica, pois aponta como os responsáveis todos aqueles que produzem conhecimento no setor e determinam diretrizes em que a formação de novos(as) docentes são estabelecidas. 
Contudo, não dá para esperar que os cursos de magistérios pelo Brasil sejam atualizados com as novas descobertas da neurologia, por exemplo. O poder público, principalmente os municipais e estaduais, precisa dar um passo nessa direção e custear cursos de atualização para a sua rede de docentes, tanto em neurociência quanto em ferramentas informacionais que poderiam auxiliar no trabalho pedagógico de dentro e fora de sala de aula. 
Não sendo uma política cara, é absolutamente exequível num curto prazo. Só que para isso é preciso que os(as) secretários(as) de ensino saibam que isso existe. E talvez é aí que esteja o problema. A ideia de colocar exclusivamente “gestores” à frente das secretarias implica em desconhecimento de práticas de sala de aula que possam melhorar o processo pedagógico do alunado, pois o foco dessas figuras é na gestão administrativa e financeira das redes públicas. Esta diretriz implicou numa melhora da organização de caráter burocrático do setor em algumas cidades, mas por outro lado, manteve a má qualidade da atividade fim, o ensino de crianças, jovens e adultos.
Dessa forma, é urgente a emergência de novas práticas pedagógicas, e que fique claro que isso não significa, necessariamente, a incorporação de novas disciplinas na carga horária, como a atualmente badalada empreendedorismo. 
O(A) docente precisa compreender como o cérebro funciona ao adquirir novas informações e como as consolida, e a partir disso determinar quais serão as práticas pedagógicas adequadas. Sem essa atualização profissional o descompasso continuará. Assim, toda a sociedade pagará o custo político de uma política educacional ineficiente. 

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Edição 30/11/2024
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