Luiz Bandeira
Um aumento preocupante no número de acidentes graves na rodovia RJ-130, que liga os municípios de Teresópolis e Nova Friburgo, tem chamado a atenção de autoridades e da população da região. A situação, segundo lideranças locais, é reflexo direto da retirada de radares de fiscalização eletrônica, da má conservação do asfalto e da falta de visibilidade da sinalização viária.

Nos últimos meses, a RJ-130 tem sido palco de tragédias que poderiam ter sido evitadas com medidas mais eficazes de controle de velocidade e manutenção da via. A ausência de radares ativos em pontos críticos da estrada é apontada como um dos principais fatores para o aumento no número de ocorrências.

Nilton Salomão cobra retorno da fiscalização eletrônica
O ex-deputado estadual Nilton Salomão, liderança política de Teresópolis, vem encabeçando um movimento pela reativação dos radares desativados ao longo da estrada. “O que nós temos visto, tanto em rodovias federais como estaduais, é a instalação de radares onde não há necessidade, e a ausência deles em locais críticos. Claro que deve haver uma análise técnica, mas o fato é que os radares servem para salvar vidas. Eles têm que existir, sim, mas nos lugares certos”, declarou Salomão.
O ex-parlamentar também mencionou que levará o assunto ao deputado estadual Luiz Paulo, cobrando providências urgentes do Governo do Estado. “É um problema que envolve contratação, mas não se pode esperar processos demorados enquanto vidas estão sendo perdidas. A sinalização correta deve acompanhar os radares, conforme prevê uma lei de minha autoria, que obriga a sinalização com 500 metros de antecedência”, completou.
Pista esburacada e placas encobertas agravam situação
Além da ausência dos radares, motoristas reclamam das condições precárias da pista. Buracos ao longo do trajeto obrigam condutores a manobras arriscadas, especialmente em trechos de alta velocidade. Outro problema recorrente é a vegetação que avança sobre a pista e encobre placas de sinalização importantes, dificultando a condução segura, sobretudo à noite ou sob chuva. “Quando o radar não está ali, no local de risco, nós perdemos vidas. O técnico tem que conversar com a população, entender a realidade local e aplicar soluções eficazes”, defende Salomão.

Acidentes recentes expõem urgência de medidas
Três graves acidentes ocorridos entre julho e setembro de 2025 evidenciam a urgência de intervenções na RJ-130:
27 de setembro – Um jovem de 29 anos morreu após colisão entre um Fiat Palio e um Ford EcoSport na altura do km 13, entre Venda Nova e Vargem Grande. Quatro pessoas ficaram feridas.
20 de agosto – Em Conquista, nas proximidades do Ceasa, um carro de passeio colidiu com um caminhão. O motorista do automóvel faleceu ainda no local.

07 de julho – Um veículo de transporte de verduras saiu da pista e tombou após atingir um poste no trecho conhecido como “Morro Grande”. O ajudante ficou preso às ferragens e sofreu ferimentos graves. O trecho é conhecido pelas curvas perigosas e longas descidas, com histórico de acidentes e apelos pela instalação de radar.

Moradores e lideranças da região têm reiterado a necessidade de uma política mais eficaz de prevenção de acidentes, com atenção especial a trechos como o do Morro Grande, considerado crítico.
Radar para punir ou para prevenir?
Salomão também fez referência à luta antiga pela retirada do radar no Garrafão, em trecho de Serra da BR 116, que, segundo ele, “servia apenas para multar” e não contribuía efetivamente para a segurança viária. Ele defende que a instalação de equipamentos seja feita com base em critérios técnicos transparentes e diálogo com a comunidade. “Radar é pra salvar vida, não pra arrecadar multa. Quando colocam em local errado, não ajuda ninguém. Quando deixam de instalar onde é necessário, vidas se perdem.”
A RJ-130 precisa de atenção imediata. A combinação entre tráfego intenso, sinalização ineficiente, buracos e ausência de fiscalização em trechos críticos é uma receita para tragédias. Enquanto isso, a população segue cobrando das autoridades o básico: segurança para ir e vir.