Paola Oliveira
Na última terça-feira, 09, os vereadores receberam o secretário municipal de Saúde, Antônio Henrique Vasconcelos, em sessão ordinária virtual – esquema de trabalho que vem sendo realizado desde o início da pandemia para evitar aglomerações na Câmara. Através das informações apresentadas pelo secretário de Saúde, o Legislativo pôde analisar a situação da cidade no enfrentamento a Covid-19. “Nós analisamos as informações vimos que o município investiu muito pouco, na verdade acho que a cidade poderia ter progredido muito mais e eu vejo que o prefeito não deu a atenção devida e necessária de investimentos para que pudéssemos deter essa pandemia”, afirmou o presidente da Câmara dos Vereadores, Leonardo Vasconcellos, em entrevista para a Diário TV nesta quarta-feira, 10. Segundo ele, o município dispõe de recursos necessários para apresentar melhores condições no setor de saúde. “Eu acho que não falta dinheiro, acho que eles estão guardando dinheiro com vista a investir em outras coisas e estão deixando o tempo tomar conta das coisas. Eles estão jogando com tempo, mas estão esquecendo que tempo custa vida e o progresso da nossa cidade. Mais do que isso, esse tempo tem levado grandes e pequenos comércios a sua total falência”, pontua o edil.
Com o aumento do número de casos, os respiradores passaram a ser fundamentais para assegurar a manutenção da saúde da população, porém o contrato com o último fornecedor foi cancelado pelo governo municipal e a ação foi questionada pelo Legislativo. “Eu nunca vi um procedimento licitatório ser preparado para logo a frente ser cancelada. Se eles preparam é porque no mínimo tem peixe debaixo desse angu. Não tem como explicar. Eles não concluíram nada até hoje, só conseguiram três respiradores. Ou seja, desde o dia 13 de março que foi feito o primeiro decreto só fizeram aquisição de três respiradores, hoje já estamos entrando quase no mês de julho”, disse.
A falta de comunicação entre Executivo e Legislativo também é contestada por Leonardo, pois, segundo ele, existe contato apenas com alguns vereadores e não com toda a Câmara. “Eu não sabia que eles vinham tendo reuniões coletivas e não sei onde eles pretendem chegar. Todas as vezes que ele buscou a Câmara dos Vereadores de forma institucional ele foi bem recebido no plenário. Em um último episódio ele solicitou uma reunião no começo da pandemia dizendo que precisava deslocar recursos na saúde e nós no plenário aprovamos com unanimidade dando a ele a liberdade de gastar o que fosse necessário do orçamento no combate a pandemia. Depois eu não tive mais contato institucional com o prefeito, nem alguns vereadores tiveram”, conta o presidente do Legislativo. “Eu já pedi ao líder do governo algumas vezes para participar das nossas audiências de sessão virtual de maneira que ele pudesse esclarecer, não só ao plenário da Câmara, mas a toda sociedade através de uma reunião pública algumas questões. Esperamos que o nosso prefeito aceite esse convite e participe. A falta de aproximação e clareza por parte da prefeitura não é apenas com os vereadores, ausência de transparência e comunicação com o público também preocupa”, diz.
Falta de divulgação
Ainda segundo Vasconcellos, “se nós avaliarmos o portal de transparência da prefeitura é um dos piores portais de transparência do estado do Rio de Janeiro e acho que até do Brasil. Eles se acham transparentes apenas no que querem informar. Mas um governo que não lida com todos os canais de comunicação, estações de rádio, que não tem uma secretaria de comunicação que faça comunicação oficial do governo, nós não podemos acreditar que esse governo tem transparência. Eles acreditam em um canal de Facebook, na página do prefeito, achando que se comunicando com parcela da comunidade eles vão estar falando com os quase 200 mil teresopolitanos”.
