Maria Eduarda Maia
Com apoio do rolo-compressor da secretaria municipal de Serviços Públicos, agentes da 110ª Delegacia de Polícia inutilizaram centenas de materiais apreendidos e que estavam acautelados na sede da PCERJ em Teresópolis, após terem sido recolhidos em operações das forças de segurança. A ação de destruição dos equipamentos ocorreu na manhã desta quarta-feira (05), no pátio da secretaria, localizado no Vale Paraíso. Todos os instrumentos apreendidos pela Polícia Militar e Policia Civil foram devidamente periciados pelo Posto Regional de Polícia Técnico-Científica de Teresópolis (PRPTC) e liberados para destruição pelo poder judiciário.
Foram eliminados centenas de materiais envolvidos em crimes, como simulacros de armas de fogo, facões, fios elétricos provenientes de furto, placas de veículos clonados e até mesmo um balão. Também foram destruídos materiais falsificados, que ganham cada vez mais força no comércio, como pen-drives, capinhas e carregadores de celular. “A delegacia, conforme vai realizando as apreensões, não comporta todo esse material e quando a justiça emite a ordem de que podemos inutilizá-los, aproveitamos e juntamos todos para a destruição, em ação conjunta com a prefeitura”, explicou o inspetor de polícia da 110ª DP, Marcelo de Nazareth, em entrevista ao Diário, destacando ainda a importância a ação. “Com essa iniciativa, é dado um recado para o tráfico e todos aqueles que cometem crimes. Dessa forma, mostramos que os criminosos não conseguem escapar da polícia, que apreende e dá esse destino: o da destruição”, concluiu Marcelo.
Jogo do bicho
Entre os itens que foram destruídos, valem destaque aqueles que são ligados a uma contravenção penal antiga, há aproximadamente 80 anos, mas que ainda é frequente em Teresópolis e vários outros municípios: o jogo do bicho. Cerca de 30 máquinas caça-níqueis, juntamente com seus noteiros e placas-mãe, e aproximadamente 50 máquinas de apontamento das apostas viraram restos. Recentemente, a Polícia Militar flagrou uma jogatina ilegal em um bar na Várzea, resultando na autuação da mulher proprietária do espaço na 110ª Delegacia de Polícia. Após ser acionada, equipe do 30º Batalhão de Polícia Militar encontrou material do jogo do bicho, com um caderno de anotações e resultados, uma máquina para apontamento das apostas e, nos fundos, um ambiente preparado, com 14 máquinas de caça-níqueis em pleno funcionamento. A comerciante foi autuada e liberada para responder ao processo criminal, visto que não há prisão em flagrante para tal delito.
“Gato net”
Outro crime que também teve seus itens destinados ao lixão, após diligente destruição, foi aquele ligado a central clandestina que distribuía prestadoras de serviços de internet com o intuito de instalar o “gato net” do tráfico de drogas, sob ordens das lideranças locais, obrigando os moradores da região a utilizarem tal serviço. Durante a ação realizada no pátio da secretaria municipal de Obras e Serviços Públicos, foram destruídas diversas caixas de operadoras ilegais, entre elas aquelas que foram apreendidas em uma operação realizada no Perpétuo no começo deste ano, que deflagrou uma central da atividade clandestina.
Tráfico de drogas
O tráfico de drogas também foi impactado e prejudicado com a ação de destruição, sofrendo um golpe importante. Foram eliminadas cerca de 50 balanças digitais, que eram utilizadas para pesagem de drogas, dezenas de radiocomunicadores, instrumento para diálogo entre os traficantes, e até mesmo diversos pinos de cocaína vazios.
