Seguidor de um número grande de contas no instagram de prefeitos eleitos no ano passado, tenho assistido a um espetáculo de horrores. Os prefeitos eleitos pela oposição saturam a minha paciência com denúncias de calamidades administrativas dos antecessores e postam-se como herois convocados pela população para arrumar a bagunça. Há exceções. Uma delas, Leonardo Vasconcellos. Ele está sempre bem com a função. Apresenta-se sempre feliz, com um sorriso largo e aberto, para anunciar “boas novas”. Tem gente – porque os chatos estão sempre por aí – que questiona se o prefeito não encontrou problemas e se a Prefeitura de Teresópolis está mesmo num mar de rosas.
O povo sabe que não. É por isso que deu ao candidato apoiado pelo ex-prefeito o terceiro lugar na disputa pela prefeitura. Pois bem, se o povo desprezou o prefeito anterior, é por saber bastante quem foi ele e o que fez. Ninguém precisa dizer mais. A comunicação do novo prefeito com o povo, portanto, tem o papel de reafirmar as expectativas positivas embutidas no voto.
Uma das lições mais ricas de estratégia política, eu aprendi com um intelectual e não com um operador de campanhas ou de projetos políticos: Ludwig von Mises. Ele, num tratado sobre economia, o livro Ação Humana, afirma que o ser humano age, muda de posição na vida, diante de duas circunstâncias: o reconhecimento de que está numa situação ruim e que a mudança será para melhor. Sem a convicção de melhora, o ser humano permanecerá na situação em que se encontra. É assim na relação com os governos, com o casamento, com o trabalho e todo o resto.
Os prefeitos que ficam a acusar os antecessores como causa dos problemas que encontraram, chovem no molhado e, na maioria dos casos, terminam por, eles próprios, a construir novos desastres. No mundo corporativo conta-se uma história, que tem plena serventia para esses prefeitos lamentadores. Diz-se que o presidente de uma organização, ao renunciar e passar a função pro sucessor, deixou-lhe três cartas para ler nos momentos das crises: a primeira carta aconselhava-o a colocar a culpa da crise no antecessor; a segunda carta, para a persistência da crise, orientava-o a demitir toda a equipe. A terceira carta seria a de renúncia.
Encerro a minha participação de hoje com o verso completo que me serve como título. Ele me traz saudades de um corinho que cantávamos nas igrejas na minha infância: “Dê um sorriso só, sorriso aberto, sorriso certo cheio de amor. Quem tem Jesus gosta de cantar. Está sempre sorrindo, mesmo quando não dá…