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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Ele morreu, mas…

A morte não é algo de tão grande naturalidade como verbalizamos. As frases reducionistas tais como: “Ele tá melhor do que a gente! ” Ou “Onde ela está não vai mais sofrer! ”, não funcionam como um Abracadabra. Muitos que abrangem apenas o lado naturalista da vida irão dizer que a morte faz parte do ciclo da existência. Nascer, crescer, reproduzir e por fim morrer, outros tantos que caminham pelos ares sobrenaturais dirão que morrer é uma passagem para outra vida, ou melhor, para a verdadeira vida, um certo upgrade da existência. Mas, vamos e venhamos, ninguém fica feliz com a morte de outra pessoa, pelo menos não deveria pela saúde de sua própria alma.
Já participei de vários enterros e inclusive realizei algumas cerimônias e percebo nelas, pessoas desenfreadamente chorosas e outras invadidas pela esperança de um “até breve”, todavia, ambas se permitem o rolar da lágrima que traz consigo lembranças e saudade. Podemos crer em um paraíso, mas o que queríamos de verdade é aquele alguém do nosso lado.
No evangelho de Lucas, capítulo 24.13-35, dois discípulos estão caminhando desolados por um lugar chamado Emaús. Já haviam chorado tudo o que podiam e agora só restava a dor na alma. Aquele tipo de dor que pelo cansaço das glândulas lacrimais de produzir tanta lágrima, converte o choro para dentro e afoga muitos numa tristeza solitária. Esses dois vem conversando de tudo que havia acontecido e como a esperança do que parecia provável e concreto, se provara mais uma em meio a tantas que não vingam. O que restava eram as palavras de Jesus, entretanto, se agora ele era o finado, não havia nada a relevar. A mensagem central dele era o Amor Incondicional, porém tal como apaixonados que recebem juras e que no decorrer do tempo são deixados à deriva, ele se foi e não estava mais presente. Um desses discípulos poderia dizer com empenhada contradição: Que seja infinito enquanto dure! Mas, ele disse que estaria aqui sempre!
No decorrer da caminhada, um sujeito com aparência e intenção despretensiosa, se aproximou. O peregrino pergunta aos dois o que traziam de tanto papo estrada a fora. Cleopas fulminou o certo homem pela falta de atualizações: Você não lê jornal? Morreu quem amávamos! Nossa esperança não vingou! Paulatinamente, momento após momento, o recém convidado a conversa começa a falar de cada palavra que lhes traziam esperança, de cada gesto e experiência que tiveram com a Vida encarnada. O papo ficou tão bom que eles convidaram o transeunte para passar mais um tempo com eles. Ele atendeu ao chamado e no momento de agradecer pelo pão de cada dia, os discípulos o reconheceram, era Jesus. Vivo e muito vivo entre eles. Foi o lapso de ausência de maior presença no coração do dois. Afirmaram mutuamente que vibraram com uma vivacidade ímpar, desde de o começo do diálogo com o até então desconhecido, isso tudo por que as palavras se provaram não serem só palavras, mas a Palavra se fez carne e habitou entre eles. E, para ficar bem claro disse que estaria com todos nós, todos os dias até o final.
Ele morreu, mas ressuscitou e sua ressurreição é o virar de página na história da nossa existência. Ele vive e promove vida! Abra bem os olhos! Você o reconhecerá ao seu lado!

Tiago

Tiago Santana

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Edição 02/08/2025
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