Simples assim: é a facilidade para se movimentar de um lugar para o outro dentro de uma cidade. Mas, esse significado não é suficiente quando se deseja uma cidade que ofereça à população a liberdade para decidir como cada um deseja se movimentar.
De olho nessa definição, você poderá dizer que Teresópolis oferece a quem nela mora ou a quem a visita, facilidade para se movimentar do modo como deseje? De forma alguma e por isso, criei uma expectativa positiva quando soube que em Teresópolis, no dia 26, acontecerá o 1o Fórum de Mobilidade Urbana. Quando bati o olho na programação do Fórum, fiquei frustrado. O Fórum debaterá, exclusivamente, o transporte coletivo e, é quase certo, que centrado no transporte por ônibus. Ou seja, será um evento dedicado a encontrar formas para que o transporte por ônibus facilite a vida de quem precisa se movimentar de um lugar para o outro.
A minha frustração será menor se ao debater a qualidade dos transportes por ônibus, o Fórum apresente meios e modos para reduzir, consideravelmente, o uso dos carros na cidade. Aí, teremos um ponto a favor, pois se há uma desgraça na vida das cidades, essa desgraça tem quatro rodas, é egoísta, exige toda a estrutura urbana para ela e entope as vias de circulação. Eis o automóvel. Nas aulas sobre mobilidade urbana para crianças, o urbanista genial Jaime Lerner criou dois personagens: Oto, o automóvel e Acordeon, o transporte articulado, criado por ele para Curitiba.
Então, é possível que o Fórum – não desejo ser de todo pessimista – ajude quem usa ônibus, mas nenhum favor fará para as pessoas que se movimentam a pé. Tomara que eu esteja errado.
No quesito calçadas, Teresópolis é uma cidade inimiga das pessoas. A prefeitura não cuida das calçadas, não fiscaliza o uso delas por isso, nelas tudo é permitido. Buracos, carros estacionados, lixo, caçambas… Dane-se o pedestre! Pior é a situação para quem escolhe movimentar-se com o uso de bicicletas. Aí, meu caro, é risco de morte.
O tempo dos sinais de trânsito desconhece as pessoas com dificuldade de locomoção. As motos fazem miséria nas ruas e calçadas. E ninguém se preocupa com o tema.
A mobilidade urbana está em todos os programas dos candidatos a prefeito, mas será que eles sabem o que é, de verdade, isso? Eles com a palavra.