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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Que situação!

O crime tem vencido algumas batalhas, mas a guerra não terminou.

Estou decepcionado. Você, minha cara leitora, meu caro leitor, deve estar também com tudo o que temos lido, visto e ouvido sobre a política. A dor em mim, garanto a você, pode ser maior, pois aprendi a gostar dessa bandida. Aprendi bem cedo, nas visitas que fazia à Câmara dos Deputados, levado por meu pai, funcionário concursado da Casa. Eu ia lá para cortar o cabelo com Conrado, o barbeiro da Câmara.. Brasília apenas começava a existir. Era o ano de 1961. Eu estava com oito anos de idade. Terminado o corte, eu esperava a hora de saída do meu pai nas galerias do Senado e da Câmara ouvindo os debates.
Num daqueles dias, assisti a uma cena inusitada: um senador tirou um revólver da cintura e atirou em um colega, acertou em outro, que faleceu.

O tempo passou. Um ano depois, o golpe e a ditadura. Um Marechal (naquele tempo existia essa figura no Exército) assumiu a Presidência da República e achou por bem cassar o mandato de alguns parlamentares. O Presidente da Câmara, deputado Adauto Lúcio Cardoso, eleito pela Guanabara, não se curvou à decisão. Em represália, Castelo Branco fechou o Congresso Nacional. Mas Adauto recebeu de Castelo Branco uma toga de Ministro do STF, que, literalmente, lançou fora, algum tempo depois, quando o STF considerou constitucional a censura prévia.

Assim fomos, até que, em 1988, fez-se uma nova constituição, que devolveu as prerrogativas do Congresso Nacional e marcou o fim da ditadura iniciada em 1964. No meio do caminho, no campo de lutas pela democracia, bastante gente tombou. Eu imaginei que tivéssemos conquistado, de fato e definitivamente, a democracia. Mas, ela durou pouco, até transformar-se numa anarquia, situação em que nos encontramos no momento.

O Congresso perdeu o verniz. O Poder Executivo, a honra. O Poder Judiciário, as rédeas. Nós, o povo? Bem, seguimos cheios de opinião, nos imaginando em legítima defesa uns contra os outros, separados em tribos, esquecidos de que temos o poder de voltar a colocar ordem na anarquia. No próximo ano, teremos a oportunidade, talvez única senão a última, de mandar todos os deputados federais e estaduais embora, para substituí-los por outros. De igual modo, dois terços dos Senadores, o Presidente da República e os governadores.

Você, minha cara leitora, meu caro leitor, poderá dizer: é possível que a gente erre mais do que acerte. Que seja, mais pelo menos lembraremos aos que estão aboletados nos cargos, que o poder é nosso e só a nós cabe decidir quem governa por aqui. Bem, e o Poder Judiciário? Bem, o novo Congresso entenderá o recado e cumprirá o papel que lhe cabe na Constituição Federal: exercer o controle.

Jackson Vasconcellos

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Edição 19/07/2025
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