Pergunta estranha, não? Você se atreveria a responder? Eu não me atrevo a entrar nessa seara, mas tem candidato que, Brasil adentro, proclamou aos quatro ventos ter recebido de Deus a missão de ocupar uma cadeira no poder, para, ungido por Ele, cumprir um papel especial na vida das pessoas.
O comportamento dessa turma faz com que no tempo das campanhas eleitorais, os templos e catedrais recebam a visita de candidatos, todos eles à busca das bênçãos, não de Deus, mas dos pastores, reverendos e bispos que, com as mãos postas sobre as cabeças deles e delas, buscam passar para os fieis a imagem da presença de Deus nas campanhas.
Essa gente tem antepassados. Eles estiveram em Jerusalém no tempo em que Jesus Cristo, como homem, andou por lá. O fato está relatado a partir do verso 13, do Capítulo 2 do Livro de João, passagem que peço a você a licença de reproduzir. Vamos lá:
“E estava próxima a páscoa dos judeus, e Jesus subiu a Jerusalém. E achou no templo os que vendiam bois, ovelhas e pombos, e os cambiadores assentados. E tendo feito um açoite de cordeis, lançou todos fora do templo, também os bois e ovelhas; espalhou o dinheiro dos cambiadores, e derrubou as mesas. E disse aos que vendiam pombos: “Tirai daqui estes, e não façam da casa de meu Pai casa de venda…”
A história não registra se os vendilhões chegaram a ter sucesso depois disso, assim como também não temos notícias de como tem sido a vida daqueles que, a cada eleição, aparecem nos templos atrás dos pastores e bispos. Certamente, não vão à busca de Deus, pois isso seria um brutal atrevimento.