Certamente, o prefeito Leonardo Vasconcellos terá menos trabalho e surpresas do que teria um prefeito sem as credenciais que ele tem de eficaz Presidente da Câmara Municipal, órgão incumbido de fiscalizar a prefeitura. O prefeito, portanto, abre a gestão com uma considerável vantagem na contagem do tempo, uma vez que a experiência dele dispensa-lhe o trabalho de tatear para encontrar os problemas a resolver. Ele deve saber, exatamente, onde pisar. Um dos problemas já deu sinais de existência grave, quando os servidores municipais foram às ruas para exigir do prefeito que saiu o pagamento do décimo terceiro salário.
Mas, se é pequeno ou quase nulo o desafio do novo prefeito para identificar os problemas, a conquista da confiança do eleitor é um obstáculo de bom tamanho, pois Leonardo foi eleito com o voto de apenas 28% da população. O segundo colocado ficou a 0,46% da pontuação da vitória.
O novo prefeito tem consciência do fato, tanto que na primeira entrevista que concedeu à imprensa – à TV Diário – Leonardo Vasconcellos, ainda com o boné do partido na cabeça, avisou que governará para todos, uma promessa alvissareira nesses tempos de “nós contra eles” – tempo de radicalização burra e absurda.
No entanto, governar para todos não indica que o prefeito agradará a todos. Tomara que ele tenha consciência disso. Agradar a todos será impossível e o meu argumento está, minha leitora, meu leitor, alí no primeiro parágrafo. De que modo agirá o prefeito com relação aos servidores públicos? Gente elogiável mas que, em 2024, sem o pagamento do décimo terceiro, custou R$400 milhões (Executivo e Legislativo) aos contribuintes? Os números estão exatos, nos relatórios do Tribunal de Contas do Estado, órgão auxiliar do Poder Legislativo na fiscalização das contas da prefeitura.
A mesma fonte aponta o valor da arrecadação própria de Teresópolis no ano mesmo período em R$191.655.756,43.((ISS, IPTU, ITBI, Taxa de iluminação pública-COSIP – e imposto de renda ). Isso sim, é um baita desafio,
No Portal Tesouro Nacional Transparente, Teresópolis está apontada com uma receita de transferências da União de R$178.350.597,00, referente ao FPM, Royalties e outras rubricas.
Sem economia local em crescimento, está claro que a população da cidade viverá diante de um fosso enorme a separar as suas expectativas com relação aos prefeitos das possibilidades deles de retribuir. E, para fazer crescer a economia de uma cidade, o seu governo tem a obrigação de reconhecer a vocação dela. Sim, pois as cidades são semelhantes a nós seres humanos. Elas crescem mais quando essas vocações são reconhecidas, respeitadas e recebem os investimentos essenciais.
Estou certo do sucesso do prefeito Leonardo.