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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Sucesso financeiro e prosperidade não são sinônimos de felicidade

Estou prestes a completar 50 anos de vida, e por mais clichê que possa parecer, algumas reflexões acabam sendo necessárias e mais presentes. A que mais me toca hoje é: “ sucesso financeiro e prosperidade são sinônimos de felicidade? ” Não é novidade que vivemos em uma era em que o sucesso financeiro é frequentemente tratado como sinônimo de realização pessoal, ou seja, você é aquilo que você ganha e consegue acumular e ostentar. Mas será que isso faz algum sentido? E quais são as consequências desse modo de vida?

O ano de 2025 tem sido o mais devastador e cruel que já vivi em minha vida, com uma desorganização financeira e profissional perto do caos absoluto e o acúmulo de insucessos como nunca experimentei, e tudo isso perto de completar meio século de vida, justo quando a lógica do acúmulo e prosperidade ilustram como o “auge da vida”. Então, levando em conta essa lógica, seria esse que vos fala um tremendo “fracassado”.

A prosperidade, medida em cifras e bens acumulados, transformou-se em um ideal social que dita comportamentos, impulsiona jornadas exaustivas e redefine até mesmo o conceito de felicidade. No entanto, por trás das conquistas e dos números que estampam as redes sociais, cresce silenciosamente uma epidemia emocional: o adoecimento mental associado à busca incessante pelo êxito econômico. Essa lógica produtivista não reconhece pausas nem vulnerabilidades e está custando a perda de vidas precocemente. É o culto à performance, onde o valor de cada um parece estar diretamente proporcional ao saldo bancário.

A consequência direta é o surgimento de sintomas de ansiedade, estresse crônico e síndrome de Burnout, males que têm se tornado cada vez mais comuns entre profissionais que, aparentemente, “têm tudo”, e naqueles que não conseguem “nada”. A prosperidade, em seu sentido mais amplo, deveria incluir bem-estar, equilíbrio e propósito, no entanto, na cultura contemporânea, ela se tornou uma corrida desmedida contra o tempo.

A comparação constante, potencializada pelas redes sociais, amplifica a sensação de insuficiência: não basta ser bom, é preciso ser o melhor, e o sucesso só é reconhecido quando é visível e mensurável. Esse ambiente gera um tipo de sofrimento silencioso, o da exaustão emocional disfarçada de produtividade, e o pior, a constante decepção com o “não resultado”.

O acúmulo financeiro pode gerar conforto, mas não necessariamente satisfação e após determinado ponto, a relação entre dinheiro e felicidade se estabiliza, e o que passa a ditar o bem-estar é o equilíbrio entre vida pessoal, propósito e tempo livre. A busca desenfreada por mais — mais renda, mais status, mais reconhecimento — torna-se, paradoxalmente, o caminho mais rápido para o esgotamento, até mesmo para quem não consegue êxito nesta busca.

O impacto social dessa lógica é devastador, já que ao transformar a prosperidade em meta exclusiva, a sociedade reforça desigualdades e ignora contextos individuais. Nem todos partem do mesmo ponto, e a cobrança para “vencer” como se o sucesso fosse apenas uma questão de esforço pessoal gera culpa e frustração. Nem todo mundo pode, nem todo mundo está preparado, e está TUDO BEM com isso! Você não é um fracassado se não alcança, nem um vencedor se atinge as metas, afinal essa não é uma competição.

Mais do que um alerta, é necessário propor uma mudança de paradigma: prosperidade não é apenas acúmulo, mas harmonia. É possível redefinir o sucesso sob novas perspectivas — aquelas que valorizam o tempo de qualidade, o prazer na rotina, a contribuição social e a liberdade de ser sem precisar provar.

Cuidar da saúde mental é hoje um ato de resistência. É recusar o ritmo imposto pelo imediatismo e reconstruir a relação com o trabalho e com o dinheiro de forma mais humana e sustentável. A verdadeira riqueza está em viver com propósito e paz, mesmo que isso não se traduza em números, mas em equilíbrio. E está TUDO BEM , não se julgue nem use a régua do outro para se dimensionar. Busque Deus, ele é equilíbrio e exemplo, e mais ninguém. Até a próxima.

Anderson Duiarte

Anderson Duarte

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Edição 04/11/2025
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