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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Abandono e risco de graves acidentes na estrada Teresópolis-Itaipava

Administrada pelo DNIT, importante rodovia acumula problemas e preocupações para os motoristas

Marcello Medeiros

Muito tem se falado nos últimos meses sobre as obras realizadas na rodovia Teresópolis-Friburgo, a RJ-130, por empresa contratada ao custo de quase R$ 70 milhões pelo governo estadual. Em discussão, o que precisa ser feito e questionamentos sobre a qualidade do que já foi realizado, estando prontos até agora, com quase três meses de trabalho, apenas aproximadamente 10 quilômetros. Mas, apesar da importância da necessidade de acompanhamento desse serviço, outra importante via de acesso da região está tão abandonada e preocupante quanto a rodovia estadual: a BR-495, que liga nosso município ao distrito de Itaipava, em Petrópolis, tem muitos buracos, desníveis na pista e a vegetação está cobrindo praticamente toda a sinalização lateral da pista. Além de esconder importantes indicativos de curvas, pontes e outros trechos onde o motorista precisa ter atenção ainda maior, o fato de fragmentos florestais e muito capim tomarem as bordas da rodovia contribui para aumentar o risco de graves acidentes de trânsito. Em vários pontos, nas sinuosas e apertadas curvas, os motoristas têm sido obrigados a puxar pelo menos um pouco para a mão contrária. Tal situação pode ainda envolver em casos até fatais os ciclistas que utilizam a estrada para treinar ou apenas como espaço de lazer. “Já não tem acostamento, o que é bastante complicado, e agora há dezenas de trechos onde o mato tomou conta da pista mesmo, obrigando a andar fora da área de segurança, que nem é tão segura assim. Vão esperar alguém morrer para resolver isso? Será que é tão difícil assim cortar mato?”, questiona o ciclista Matheus Lima, em contato com nossa redação através do nosso WhatsApp (2742-9977).
No último fim de semana, percorremos os trechos de serra da Estrada Philúvio Cerqueira Rodrigues, que tem 33,4 quilômetros de extensão entre Quebra-Frascos, em Teresópolis, e Itaipava, em Petrópolis. Ao longo de toda a via, que sofreu a última grande intervenção mais de 10 anos atrás, tendo passado no meio desse caminho por problemas gerados por fortes chuvas, vários pontos com desnível e remendos. Na “curva da ferradura”, como é conhecida a mais forte delas, já no lado petropolitano, recentemente foi fechada uma grande cratera. Ainda assim, é preciso ter cuidado ao passar por ela. Além da necessidade de recuperação da camada asfalta, o que mais preocupa é realmente a falta de capina nas margens da BR-495, principalmente no lado de Petrópolis.
A manutenção da Teresópolis-Itaipava é de responsabilidade do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o DNIT, que inclusive tem escritório em Teresópolis. Fica ao lado da sede da Polícia Rodoviária Federal, na Avenida Presidente Roosevelt. Ou seja, de fácil acesso a rodovia. Entramos em contato com os e-mails informados no site do DNIT, relacionados à administração local, e também com a assessoria do órgão em Brasília. Porém, até o fechamento desta edição, não recebemos nenhuma resposta.

Sinalização quase que totalmente escondida, problema comum em quase toda a rodovia – Fotos Rodrigo Medeiros

Ligação com a BR-040
Em breve, a rodovia BR-495 será de responsabilidade de uma concessionária. A empresa que vencer a licitação da BR-040, a Rio-Juiz de Fora, também terá que realizar a manutenção na Teresópolis-Itaipava. Em entrevista ao jornal O Diário de Teresópolis no ano passado, o deputado federal Hugo Leal explicou como será essa anexação: “A Teresópolis-Itaipava vai ser incluída na nova concessão da BR-040, mas já aviso que não haverá cobrança de pedágio. Diferente da BR-116, tem uma discussão judicial ali e o prazo da concessão vai encerrar em março, assim o DNIT que fará a manutenção ate produzir um novo processo licitatório em 2022. A concessão vai se estender até Sete Lagoas e vai incluir a estrada Teresópolis-Itaipava que eu considero a estrada mais bonita do estado. Dessa forma, esse trecho vai poder ser mantido e receber manutenção, que é o mais importante pra gente”, explicou Hugo.

Fecomércio reclama
Também em 2021, a Fecomércio RJ se posicionou sobre o abandono da rodovia. A Federação tem participado ativamente das discussões relacionadas a obras e melhorias previstas para a nova concessão das rodovias federais BR 040 (Rio/Petrópolis/Juiz de Fora/Belo Horizonte) e BR-495 (Itaipava/Teresópolis). A Federação já havia se reunido no Quitandinha, em Petrópolis, com representantes do setor, gestores públicos da região, e representantes da União e da EPL- Empresa de Planejamento e Logística do Governo Federal, para definir a estratégia e metas a serem seguidas na nova concessão. A fim de dar sequência às ações relacionadas ao assunto, a Fecomércio RJ participou da Audiência Pública realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), no Rio de Janeiro. Os objetivos eram apresentar o modelo, melhorias e metas propostos pelo Governo Federal para a concessão das duas rodovias e, paralelamente, ouvir reivindicações e sugestões de representantes do setor produtivo e dos municípios da região. A Audiência Pública tem grande importância visto que é a etapa final onde a sociedade se manifesta e reivindica adequações ou alterações nos projetos, e antecede o encaminhamento do modelo concessório para análise do TCU – Tribunal de Contas da União. A etapa seguinte é o lançamento da concessão para licitação pública.
Entre os principais itens discutidos pela Fecomércio, o questionamento dos valores sugeridos para as praças de pedágio no Rio frente ao previsto para as praças em Minas. “O valor do pedágio no trecho Rio/Juiz de Fora, com 187km de extensão e 3 pedágios é de R$ 15,40/100km, e o trecho seguinte Juiz de Fora/BH, com 300km de extensão e outros 3 pedágios, o valor é de R$ 9,44/100km, ou seja, é preciso que se reequilibre os valores por km”, divulgou a Fecomércio, que também cobra a situação da Teresópolis x Itaipava: “A concessão da BR-495 deve se iniciar na conexão direta da rodovia com a BR-040, cruzar a Estrada União Indústria na altura do Bramil, e terminar na conexão da rodovia com a BR-116 em Teresópolis, incorporando inclusive os últimos 3 km que são urbanos (Teresópolis), para os quais também deverá ser feita restauração, conserva e manutenção durante todo o período de concessão. Também é preciso prever recursos para restauração, manutenção e conserva da BR-495, vez que não estão previstos no PER disponibilizado”.

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