Marcello Medeiros
A adesão do governo municipal ao “superferiado” criado pelo governo estadual para tentar conter a disseminação da Covid-19, antecipando datas de folga previstas para meados de abril, não contemplou todos os setores, estando entre eles o comércio. A decisão de continuar em funcionamento, acordada pelos sindicatos dos comerciários e dos comerciantes, acabou deixando muita gente confusa visto que, nessas ocasiões, geralmente os funcionários recebem um valor extra e folga como forma de compensação. Para explicar essa situação, esteve na redação do jornal O Diário e Diário TV o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que falou também da importância de se manter as portas abertas nos próximos dias para garantir a sobrevivência dos estabelecimentos comerciais, principalmente os de menor porte. “Acho que não é motivo para comemorar, pois a cidade passa por um momento difícil, e foi justamente isso que fez comerciários e comerciantes se unirem para vencer essa batalha contra o coronavírus. A abertura do comércio visa equalizar aquela equação entre atividade econômica e a situação da saúde, que precisa muito liberar os leitos de UTI, os leitos Covid. O comércio local, sobretudo os pequenos e microcomerciantes não possuem mais fôlego financeiro para enfrentar mais um fechamento, sem nenhuma fonte de renda. Essa abertura é um tubo de oxigênio para manter o comércio vivo. E é importante lembrar que o comércio corresponde a 32 mil empregos diretos, são famílias que dependem dele para levar o pão para casa. Repito, não é comemorar a abertura, mas reforçar as medidas sanitárias já previstas no decreto municipal, com distanciamento, uso de máscaras, álcool gel, todas as condições previstas para evitar a propagação do vírus. Se cada um de nós cumprir nossa responsabilidade, vamos sair vitoriosos dessa”, relata Edelstein.
Igor explicou ainda a questão de pagamento de hora extra, lembrando que as “folgas” da próxima semana, na verdade, não são especificamente os feriados, mas estes foram apenas antecipados pelo governo estadual e, no caso do município, a prefeitura deu a liberdade para cada categoria decidir se irá trabalhar ou não. “Assim, nesses 10 dias é permitido o trabalho normal no comércio da cidade. Já no dia 02 de abril, Paixão de Cristo, 21, Tiradentes, e 23, São Jorge, caso o comerciante queira abrir as portas terá que fazer o pagamento mínimo, que é de R$ 40, além de garantir uma folga em até 30 dias, seguindo normalmente a convenção coletiva de trabalho”, enfatiza, destacando ainda. “Importante frisar que essa decisão foi construída entre sindicatos patronal e laboral, nada foi feito unilateralmente para ajudar a manutenção dos empregos no município. O comércio sofre com a queda na ordem de 60 a 70% na arrecadação”.
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Teresópolis destacou ainda que nos últimos meses a situação ficou ainda pior com o fim da redução de jornada de trabalho e auxílio pago pelo governo federal. “No ano passado nos ajudou bastante, pagando parte dos salários dos empregados, mas no atual cenário não podemos fazer demissão, não temos recursos para as demissões, então é importante que tenhamos sensibilidade para superar a crise e ultrapassar essa situação o mais breve possível”, pontuou Igor.