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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Acúmulo de chuva preocupa, ameaça vidas e põe Defesa Civil em alerta

Órgão monitora situação de encosta no Vale da Revolta, onde ocorreu grande escorregamento de terra e muitas pedras

Luiz Bandeira
Marcello Medeiros

Na noite desta segunda-feira, 10, moradores do Vale da Revolta foram surpreendidos por um grande deslizamento de rochas, sedimentos e vegetação da encosta que margeia a pista da rodovia Rio-Bahia (BR-116/RJ), no quilômetro 84. As pedras que se desprenderam com o deslizamento tomaram toda a extensão da pista e atingiram um veículo que seguia no sentido Além Paraíba. O carro atingido ficou virado com as rodas para o alto e os dois ocupantes sofreram apenas ferimentos leves, recebendo ajuda dos moradores locais e em seguida atendimento do Corpo de Bombeiros. O acumulado de chuva dos últimos dias pode ter contribuído para o deslizamento, porém técnicos da Defesa Civil e da concessionária CRT, que administra a rodovia, ainda trabalham para saber o quê provocou o deslizamento, atestar a segurança viária e de toda a população no entorno e também no esforço para desobstruir a pista ao tráfego o quanto antes.


A equipe do jornal O Diário e Diário TV esteve no local e conversou com o Secretário Municipal de Defesa Civil do município, Coronel Albert Andrade, sobre o evento do Vale da Revolta e da preocupação com os índices pluviométricos de alguns bairros. “Assim que a gente chegou ao local os Bombeiros já tinham feito a retirada das duas pessoas que estavam no carro que foi atingido pelos destroços, a nossa equipe logo que chegou ao local fez a retirada das famílias do entorno preventivamente, foram dez famílias, aproximadamente, que a gente orientou a que saíssem das suas casas preventivamente, agora a CRT está fazendo um trabalho de engenharia, chegaram os alpinistas agora, (manhã desta terça-feira, 11), para fazer uma análise da crista do talude para ver a condição de estabilidade, a gente observe visualmente que tem material solto ainda, eles vão fazer esse controle e a ideia e que eles joguem todo esse material solto pra baixo, e a gente vai estar acompanhando esse trabalho todo o dia. Eles também vão promover aqui a abertura de parte da pista para que o fluxo possa ser restabelecido, o que depende de análise geológica a ser feita na parte de cima do talude”, detalhou o chefe da Defesa Civil do município.
Coronel Albert disse que sua equipe mantêm 24 horas o monitoramento dos núcleos de chuva sobre a cidade. “A previsão da meteorologia é que comece a melhorar a condição do clima de quarta para quinta-feira. Nossa equipe de monitoramento faz o acompanhamento de deslocamento dos núcleos e essa condição pode variar dependendo do deslocamento destes núcleos”, pontuou.

Denúncia e pedido de ajuda 
Presidente da Associação de Moradores do Vale da Revolta, Judas Tadeu relatou à nossa reportagem que o deslizamento lembra o terror que viveu na tragédia de 2011 e da preocupação com a falta de políticas públicas voltadas para tirar moradores das áreas de risco do bairro. “De novo a mesma coisa e nós demos sorte. Deus foi muito generoso, de novo, com a gente pobre, vendo com a massa que desceu e só pegou uma família. O pior de tudo é que a gente vê um monte de gente se aproximando, nesse momento, mas a gente não vê operacionalidade nenhuma, a gente vê uma falta de política, qualquer coisa que venha melhorar esse estado de coisas. Todos os anos é a mesma coisa, hoje estamos relembrando os onze anos da Tragédia e esta acontecendo a mesma coisa, não na mesma proporção, mas impressiona a massa que desceu aqui”, frisou.
Tadeu relatou ainda que os moradores não têm tido paz pra dormir à noite. “Nós estamos uma semana sem dormir, porque vem chovendo e os índices pluviométricos estão muito elevados. Fica uma pessoa fazendo monitoramento lá em Pessegueiros, dizer só que está elevado o nível de chuva, tá chovendo muito, é isso que você ouve. Aí quando acontece uma coisa desse nível, desse porte aí corre todo mundo de camisinha laranja, encostados nos cantos, dizendo isso e dizendo aquilo, mas você não vê um objetivo para tirar essas pessoas daqui, uma política pública de habitação de interesse social. Não foi construída uma casa para um infeliz de um meu amigo para tirar aqui desse morro. Nós temos 67% da população de Teresópolis vivendo em área de risco e você não vê uma mobilização… Nós somos totalmente esquecidos”, indignou-se o representante dos moradores do bairro, que disse ainda se desdobrar para poder atender os desabrigados pela barreira tendo ainda que lhe dar com certa burocracia para atender quem precisa. “A Associação de Moradores, com pouca estrutura que ela tem é que está dando cesta básica, estamos dando abrigo, estamos encaminhando, fazendo o cadastramento. Preciso de oito colchões para botar as crianças à noite lá, mas aí preciso assinar uma cautela pra conseguir esses oito colchões. Tenho que dar meu CPF, minha identidade, meu endereço pra pegar oito colchões, é isso que causa o empecilho”.
 
Acumulado de chuva 
O Coronel Albert Andrade falou ainda sobre as últimas ocorrências e fez um alerta sobre altos índices pluviométricos acumulados no último mês em algumas localidades. “Em relação ao restante da cidade, nós ontem registramos 17 ocorrências, sendo 7 pequenos deslizamentos. Então nós estamos com alguns bairros da cidade estão com volumes de chuva, os acumulados mensais elevadíssimos, são eles: Vale da Revolta, Quinta-Lebrão, Corta Vento, Caleme, Rosário e Granja Florestal. A nossa recomendação em relação a essas localidades é que população fique atenta, qualquer sinal que visualizar saiam de suas residências e acione a Defesa Civil através do 199, para que a gente possa mandar um equipe para fazer uma vistoria”, pediu o Secretário de Defesa Civil.

 

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Edição 23/11/2024
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