Marcello Medeiros
Marcelo Cavalcanti Gomes, que teve a prisão preventiva decretada pelo Juiz Vitor Moreira Lima, da 1ª Vara Criminal de Teresópolis, acusado de tentativa de homicídio no Parque Ermitage na última terça-feira, se entregou na 110ª Delegacia de Polícia no final da noite da última quinta-feira. O horário teria sido escolhido pelos advogados com o objetivo de evitar possíveis represálias de familiares e amigos da vítima, o porteiro Jefferson Quintanilha de Souza, de 23 anos, que teve 60% do corpo queimado após ataque quando trabalhava na portaria do condomínio Margaridas. Após atendimento do Corpo de Bombeiros e um período no Hospital das Clínicas, o rapaz foi transferido de helicóptero para o Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis, Região Metropolitana do Rio. "Ele continua sedado e entubado por causa da gravidade das queimaduras", informou a irmã Camila Quintanilha a um portal de notícias, onde também destacou: “Eu não tenho ideia de porque ele fez isso. Só queremos justiça”.
Entramos em contato com a Assessoria de Comunicação da Polícia Civil buscando mais informações sobre o caso e o depoimento prestado na delegacia. O setor, porém, muito pouco ajudou. A única informação passada ao jornal foi que “O autor do crime apresentou-se e está preso”. Extraoficialmente, a informação é que se trataria de crime passional e que Marcelo falou muito pouco no depoimento. Ele estava na casa da mãe em Caratinga, Minas Gerais, e vai responder pelo crime de Homicídio Qualificado. Marcelo foi transferido para unidade prisional da Polinter, no Rio de Janeiro, no início da tarde de ontem.
As imagens do ataque foram registradas pelo circuito de segurança do condomínio e divulgadas pelo 30º BPM. Fortíssimas, elas correram o país. Um homem se aproxima da portaria do condomínio Margaridas, um dos sete do Parque Ermitage, olha para o lado rapidamente e, logo em seguida, invade o local. A imagem da câmera seguinte, do interior da cabine, mostra que pretendia tirar a vida do porteiro: Após jogar o que parece ser gasolina, ele usa um isqueiro para iniciar o fogo e sai do local. Do lado de fora, vê o desafeto sair correndo, em chamas, e tranquilamente sai em direção do seu veículo – para fugir em seguida.
Segundo apurado no local, a mãe do porteiro Jefferson foi quem apagou as chamas. Ela chegou a abraçar o filho na tentativa de conter o fogo. O rapaz correu cerca de 300 metros da portaria até chegar ao apartamento onde reside, no conjunto habitacional, e receber o socorro da mãe e de vizinhos, que usaram um tapete e até terra para apagar as chamas.
Ajuda
Com a necessidade do acompanhamento do estado de saúde Jefferson em outro município, a família tem tido dificuldades financeiras para conseguir realizar os deslocamentos diários e outras despesas. Nesta sexta-feira, moradores do condomínio Parque Ermitage iniciaram campanha de arrecadação de fundos, divulgando a conta da mãe do rapaz: Maria Lucia Quintanilha – Agência 0807, conta 56361-4, Banco Itaú. Além de tais custos, futuramente, quando ele for liberado do hospital, necessitará de medicamentos diversos, além de pomadas específicas.
Comoção
As chocantes imagens correram o Brasil, com destaque nos principais meios de comunicação. Nas redes sociais, comoção diante do triste e inexplicável acontecimento. “Só tenho a dizer que estou arrasada com tudo isso é tenho fé que tudo vai ficar bem e que o culpado vai pagar. Força e coragem pra família é o mínimo que posso desejar. Deus vos fortaleça”, publicou a amiga Carolina Lebrun. “Força amigo, Deus é maior que tudo. Não tenho nem palavras para expressar a raiva que estou sentindo de um sem noção que fez essa judiaria contigo. Diante de tudo, irmão, estou orando por você para que saia dessa em nome Jesus o mais rápido possível”, destacou outro amigo, João Silva.
IMAGENS CÂMERAS
Reprodução
As imagens das câmeras de segurança do condomínio mostram o momento em o homem chega por trás do porteiro, joga a gasolina e logo depois acende um isqueiro colocando fogo na vítima. As chamas tomaram conta da parte superior do corpo de Jefferson, que sofreu queimaduras, e de toda cabine da portaria do condomínio. As fortes imagens divulgadas pelo 30° Batalhão de Polícia Militar ainda mostram a vítima correndo
em chamas e o acusado saindo andando tranquilamente