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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Agricultores lutam para manter feirinha em São Pedro

Espaço, que comercializa produtos no atacado e varejo, não recebe nenhum tipo de apoio do município

Marcello Medeiros

Graças às grandes áreas localizadas no Segundo e Terceiro Distritos e o trabalho duro da população do interior, a agricultura é um dos braços fortes de Teresópolis. Porém, apesar de tamanha dedicação e potencialidade, esse setor ainda enfrenta muitas dificuldades no município, desde a precariedade nas estradas de acesso às lavouras à dificuldade de expor e comercializar os muitos tipos de produtos oriundos da nossa fértil terra. Um dos muitos exemplos que o agricultor teresopolitano tem uma difícil vida é a feirinha realizada há mais de uma década no encontro das Ruas Governador Roberto Silveira e Armando Vieira, em espaço conhecido como “Praça da Arruela”, acesso do Morro do Tiro. O encontro dos produtores passou a acontecer nesse local após a extinção do mercado de carga pesada, onde hoje funciona a Unidade de Pronto Atendimento, a UPA.  “Há mais de dez anos está funcionando aqui, desde que nos tiraram de lá de baixo onde é a UPA, e não deram mais lugar nenhum. Ficamos jogados na rua aqui e, para ajudar, nesta sexta chegou aqui um Guarda Municipal cheio de ideia querendo nos botar para trabalhar no meio da rua, de qualquer maneira. Fica cada vez mais difícil”, relata o produtor rural Flávio Fita, que trabalha na feirinha desde seus primórdios.
Na década de 80, os produtores rurais comercializavam seus produtos no Ginásio Poliesportivo Pedro Rage Jahara, o Pedrão. Depois, passaram para o local onde funciona o mercado popular, ao lado do terminal rodoviário, passando para a Tenente Luís Meirelles e posteriormente para o endereço atual. Na “Arruela”, o espaço é reduzido para a disposição dos produtos e estacionamento dos caminhões de carga, que, justamente por conta da pequena área para a apresentação dos legumes e verduras, acabam servindo como depósito do material a ser comercializado. Assim, o cliente não tem onde estacionar para fazer suas compras.
Dezenas de pessoas dependem da feirinha para garantir o seu sustento e, além de não receber nenhum apoio do governo municipal, precisam tirar do próprio bolso os custos de manutenção do local, como a limpeza durante todo o período de funcionamento do espaço. “A gente planta e traz para aqui para poder trabalhar, para dar sustento para a família. Então fica ruim para gente trabalhar, pois não tem local adequado, mas não tem outro lugar. Nós queríamos uma feira lá para o Centro, é melhor, tem mais gente para trabalhar. Aqui nem lugar para encostar carro tem, não tem lugar direito trabalhar, é complicado”, conta o produtor José Ribeiro, de 67 anos. 
“É tudo produto colhido na lavoura no Segundo e Terceiro Distritos, colhido mesmo aqui em Teresópolis, tudo mercadoria da roça, dos próprios produtores mesmo, pessoas que estão lutando há muito tempo mesmo. Aqui, apenas os próprios moradores nos apoiam, pois sabem que temos um produto de qualidade com preço bom. Toda semana estamos aqui, sempre começando bem cedinho”, completa Flávio.
A feirinha dos produtores rurais de Teresópolis funciona toda as quartas e sextas-feiras, sendo o primeiro dia dedicado apenas ao público que compra em atacado. O atendimento tem início por volta das 6h. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), a agricultura tem 1481 vagas de emprego formal no município, número que tudo indica ser muito maior devido aos que não estão registrados no do Ministério do Trabalho.

 

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Edição 23/11/2024
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