Na última semana, frequentadores do núcleo Jacarandá do Parque Estadual dos Três Picos tiveram a atenção despertada para a cor da água do pequeno córrego que atravessa a unidade de conservação ambiental: estava barrenta, por vezes esverdeada, bem diferente do cristalino rio que geralmente é um convite ao banho nos dias de calor. Sem entender o motivo, algumas pessoas optaram em não se refrescar no local, apesar do “veranico” em pleno Inverno, e entraram em contato com nossa reportagem. Nesta segunda-feira (02), visando esclarecer a situação, buscamos um posicionado do Instituto Estadual do Ambiente. Afinal, qual seria o motivo dessa mudança drástica? Segundo o Inea, está sendo realizado o serviço de desassoreamento no lago do Córrego Jacarandá, dentro do “Programa Limpa Rio”.
“O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) informa que os serviços de limpeza e desassoreamento realizados pelo Programa Limpa Rio na área citada, tem como foco a prevenção e mitigação dos impactos das cheias”, destacou ainda a Assessoria de Comunicação do órgão, quando questionada se realmente se tratava dessa ação, visto que tal local é um antigo manancial de superfície da Cedae, e todo o curso d´água a seguir está dentro de uma área de proteção ambiental, portanto sem nenhuma moradia no seu entorno por muitos quilômetros de distância, até chegar à localidade de Prata dos Aredes.
Também perguntamos a Águas da Imperatriz, concessionária que substituiu a Cedae em janeiro passado, se a intenção seria a de recuperar essa área para captação e distribuição do precioso líquido, criando assim mais um local para atender a cada vez maior população de Teresópolis. Porém, a resposta foi apenas que: “A Águas da Imperatriz informa que o desassoreamento na captação da Unidade de Tratamento Jacarandá está sendo realizado pelo Instituto Estadual do Ambiente (INEA)”.
Está no contrato
No site do setor de licitação da Prefeitura de Teresópolis, onde está a documentação da outorga da água do município, promovida pela gestão Claussen, são indicados os pontos para captação de água pela empresa vencedora – no caso o Grupo Águas do Brasil. O sistema Rio Preto, no Segundo Distrito, com 76% de percentual de participação, como tem ocorrido desde os tempos da Cedae. No mesmo documento são indicados alguns mananciais de superfície a serem utilizados, entre eles justamente o da nascente da Fazenda Jacarandá, com previsão de atender 10,6% do sistema de atendimento à população. Outros, que atualmente também estão desativados, são citados: Parque Nacional da Serra dos Órgãos, Triunfo (Barragem do Caleme), Ingá e Cascata dos Amores.