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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Água de Teresópolis: “Entregar a água para grandes grupos não é a solução”

Presidente do SINDÁGUA questiona concessão e diz ainda que “de bem essencial à vida, vai passar a mercadoria”

Marcello Medeiros

Após ter sido suspenso pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, que apontou para “grave risco de dano ao erário a sua realização”, voltou a ter validade o edital de concorrência pública visando concessão do serviço de água e esgoto em Teresópolis. Dessa forma, o procedimento que pode mudar a vida da comunidade teresopolitana foi marcado pelo governo municipal para o dia 25 de agosto, próxima sexta-feira, às 10h, no prédio anexo Celso Dalmaso, da Prefeitura Municipal. A decisão desagrada boa parcela da população e também a atual responsável pela distribuição da água encanada no município, a Cedae. Em entrevista no programa Hélio Carracena, na Diário TV, nesta segunda-feira, 21, o Presidente do SINDÁGUA, Ary Girotta, falou mais uma vez sobre a decisão do atual governo pela terceirização. “Entregar a água para grandes grupos não vai atender a população”, frisou, citando ainda que “a água vai passar de bem essencial à vida à mercadoria, só vai ter que pagar por ela. As empresas privadas visam lucro e passam a cobrar por tudo. Se tiver como chegar o abastecimento hoje onde há o chamado serviço de borracha preta, não vão admitir, querem arrecadar”.
Ainda sobre quem hoje utiliza o sistema de manancial, Ary disse que na grande maioria os de Teresópolis são de boa qualidade. “Não é uma água tratada, é considerada especial, vem direto do manancial. Tudo depende de análise, de vistoria para saber, mas aqui geralmente é de qualidade, vem de floresta, de reserva…”.


Dentro desse tema, o Presidente do SINDÁGUA falou ainda sobre os casos da zona rural. “No mínimo esse grupo privado que assumir vai hidrometrar o poço junto com Inea, no mínimo. Vi ocorrer em Niterói. Fazem essa medição para saber como cobrar o esgoto. E podem cobrar, tendo a rede ou não”.

“Entregar a água para grandes grupos não vai atender a população”, frisou Ary Girotta, citando ainda que “a água vai passar de bem essencial à vida à mercadoria”. Foto: Juliana Ludwig/O Diário

Justiça
Girotta também questionou a maneira que o relevante conteúdo tem sido tratado pelo judiciário. “Sempre que a prefeitura entra, através da Procuradoria, a decisão é rápida. Já por outro lado, muito pelo contrário. Eu mesmo entrei com um questionamento, vai fazer um mês, e nada. Não temos percebido uma imparcialidade”, pontuou.
O Presidente do SINDÁGUA também questionou mais uma vez as audiências públicas realizadas pelo governo municipal e tidas como obrigatórias para a publicação do edital visando a escolha de uma empresa para tais serviços. “As audiências mais pareciam propaganda para falar do benefício das concessões, mas não é nem bem assim. Basta ir ao site do Procon e ver como aumento o número de reclamações das empresas privadas no Rio de Janeiro nesse um ano de serviço”, disse, destacando, entre as reclamações, suposto detrimento de bairros mais carentes em relação à Zona Sul.

Participação popular
Ary Girotta também reforçou a importância da participação da população em movimentos que questionam tal processo, como o que está previsto para esta terça-feira, 20, às 19h, na Câmara Municipal de Teresópolis, com realização da Associação de Moradores e Amigos de Santa Cecília, pelo Nós da Comunidade e pela Associação de Moradores e Amigos do Fischer. “No final, quem vai pagar a conta é a população. Assim, a decisão não pode ser apenas de uma pessoa, no caso o prefeito”, enfatizou o Presidente do SINDÁGUA.

Edição 25/10/2024
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