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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Água: Vereadores denunciam licitação e aprovam Voto de Repúdio contra prefeito de Teresópolis

Repulsa foi aprovada por todos os vereadores na sessão desta terça-feira, 29

Wanderley Peres

Sob gritos de “Fora Claussen”, foi aprovado nesta terça-feira, 29, na Câmara Municipal, um voto de repúdio ao prefeito Vinícius Claussen. O motivo da repulsa dos vereadores ao prefeito foram a sua iniciativa e empenho descabido pela venda da água de Teresópolis, provocando grande prejuízo à população.

Autor do pedido, o vereador André do Gás apontou para a falta de consideração de Vinícius com a população, a completa ausência de diálogo com a Câmara, a agressão do regime democrático, e o desrespeito ao princípio da publicidade, por ter sido feita a venda sem a mínima transparência.

“Havia vários modelos de concessão possíveis, todos em vantagem para o município, e o prefeito ignorou tudo isso, fazendo o que bem queria, imprimindo a sua marca de destruição. E fez isso, mentindo para a população, dizendo, por exemplo, que a conta de água será mais barata, que terá desconto. Não existe desconto algum, porque a quantidade de água será menor, e quem gastar o que gastava antes ou um pouquinho mais vai pagar muito mais caro”, disse. André do Gás mostrou, ainda, documento que prova ter o município 161 pontos de abastecimento, os prédios públicos que não pagam um centavo de água e vai ter que pagar, se a empresa assumir o serviço. “A água que molha os canteiros, e as praças públicas; a água que atende as escolas, os postos de saúde, e demais prédios públicos, todos vão pagar água com essa empresa, e isso dá mais de R$ 1 milhão por mês, justamente o dinheiro que a empresa vai receber para pagar o valor que ofereceu em leilão. Então, nós é que vamos pagar essas contas, a do consumo da água e a conta da outorga. Só na Prefeitura, o hidrômetro do imóvel público no número 675 da Reta, a conta é de R$ 516 mil. É daí que vai sair o dinheiro para o empresário pagar pela outorga que ganhou, literalmente. Por isso, peço o voto dos companheiros, daqueles companheiros que não tiverem nenhum problema de votar em favor da população”.

DR. AMORIM

“Primeiro, a licitação foi marcada para ocorrer no Rio, para que o povo não tomasse conhecimento, e a providência da Câmara impediu essa licitação fora; depois, por conta de ação da ação dos vereadores, foi barrada de novo. E, agora, ficamos sabendo que só tinha essa empresa para ganhar a licitação, daí o prefeito mandou cercar a prefeitura, como se fôssemos baderneiros. Fechar a prefeitura, com medo de que? Acham que a população iria quebrar o prédio público? Não, o povo só queria assistir, e nem isso foi permitido a ele, porque o público do auditório estava cheio de cargos comissionados. É uma gana incomum desse prefeito por dinheiro. Todos os outros prefeitos governaram com pouco. Agora, precisa vender a alma da cidade para arranjar dinheiro. Esperamos que a justiça cumpra o seu papel, e que esse absurdo contra a cidade seja eliminado”, pediu, alertando para a necessidade, caso a desgraça da cidade se concretize, que os vereadores fiscalizem o dinheiro que entrar “para que o prefeito não esbanje essa dinheirama como esbanjou até aqui, como temos visto”, concluiu.

LEONARDO

Presidente da Câmara, que vem capitaneando junto aos pares a batalha com a venda da água, e vem fazendo isso com razoável sabedoria política, ao ponto de até os aliados do governo não o defenderem mais, na questão da água, Leonardo Vasconcellos observou que está claro para o prefeito, que a Câmara não quer que esses 306 milhões de reais chegue à cidade, dessa forma, com a entrega inconsequente da água a um terceiro. “Não queremos esses R$ 306 milhões, dessa forma, com o entreguismo da água, porque entendemos que a água deve ser pública, que não pode ter dono, a preço algum”, disse, anunciando que a Câmara tomará a providência de criar um fundo, para ficar com esse dinheiro, guardado, caso ele seja pago à prefeitura, até que se resolva em última instância, na justiça, o caso.

“Se, por acaso, for sacramentada a venda da água, vamos criar um fundo, soberano, para que esse dinheiro fique guardado enquanto se discute a ação na justiça. Será uma medida necessária, para que esse dinheiro todo não seja gasto em vão”, disse, acreditando que o mal ser desfeito, em breve, porque as providências na justiça caminhariam nesse sentido.

Segundo o vereador-presidente, o Tribunal de Contas já havia detectado o tendencionamento da Prefeitura na concessão da água e a participação de uma única empresa no certame, que foi a ganhadora da suposta concorrência, seria a prova de que era uma licitação tendenciosa, de fato. “Essa tendência apontada pelo TCE foi alertada pela Câmara ao Tribunal de Justiça, e o TJ já apontou para possível decisão no sentido suspender o procedimento na fase em que ele estivesse, a partir da nossa ação. Então, estamos atentos, na nossa obrigação, de não deixar esse crime contra a cidade se concretizar”, disse.

SUSPEIÇÃO

Na mesma sessão, foi aprovado, também por unanimidade, requerimento do vereador Elias Maia questionando a idoneidade da empresa vencedora do certame. Como comprovou em plenário, ao tempo em que o assunto era deliberado, a empresa Águas do Brasil foi criada há menos de dois meses, aparentemente, apenas para participar do certame, e com um capital social de somente R$ 10 mil. “Como uma empresa que tem capital social de R$ 10 mil ganha um contrato de R$ 306 milhões? Precisamos apurar isso, porque o CNPJ é o mesmo, o nome da empresa é o mesmo, como informa o próprio DO da Prefeitura. Então, tem coisa errada aí, parece que foi coisa montada para ganhar a licitação”, reclamou.

Edição 23/11/2024
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