Diante da comoção provocada pela ação que atingiu os moradores vizinhos ao Parque Estadual dos Três Picos, e dissipando as preocupações dos demais moradores das partes altas de Teresópolis que há tanto tempo se abastecem de água nas nascentes dos morros, em correspondência à Águas da Imperatriz nesta sexta-feira, 11, o governo municipal notificou à concessionária de que “não será admitida, por parte do Município, qualquer medida unilateral ou arbitrária, adotada por empresa, entidade ou órgão responsável pela gestão e operação de serviços essenciais, que resulte em transtornos ou prejuízos ao acesso da população a tais serviços”, dando ciência ainda à população da “inequívoca posição do Poder Público Municipal quanto à atuação da concessionária, por entender que é dever do Prefeito Municipal, em consonância com o Poder Legislativo, esclarecer que “a administração municipal não se furtará a utilizar todos os instrumentos à sua disposição, no pleno exercício de suas prerrogativas, para assegurar os direitos da população, proteger o interesse público e preservar, acima de tudo, a soberania do cidadão teresopolitano”.
Em Nota conjunta, prefeito Leonardo e presidente da Câmara Luciano alertam à concessionária de que “não será admitida, por parte do Município, qualquer medida unilateral ou arbitrária, adotada por empresa, entidade ou órgão responsável pela gestão e operação de serviços essenciais, que resulte em transtornos ou prejuízos ao acesso da população a tais serviços”
A posição firme do prefeito Leonardo Vasconcellos, de que não será permitida, sob nenhuma hipótese, qualquer tipo de intervenção na rede de abastecimento de água localizada em área municipal, com o intuito de interromper o fornecimento, por qualquer razão, sem a devida justificativa, comunicação prévia e, sobretudo, sem autorização expressa do Poder Público Municipal, ocorreu após a empresa Águas da Imperatriz promover uma ação, com apoio da Unidade de Policiamento Ambiental (UPAm), e agentes da Delegacia de Defesa dos Serviços Delegados (DDSD) da Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro, de desarticulação de um sistema precário de abastecimento de água em Teresópolis, considerado irregular, e montado dentro da área do Parque Estadual dos Três Picos, unidade que é administrada pelo governo do Estado e tem sob o controle de sua administração agentes políticos ligados à política de município vizinho. A rede que servia água de graça à população há mais de 50 anos, aparentemente com a cobrança de pequena taxa, e que foi identificada como “clandestina”, abastece cerca de 100 imóveis nas ruas Fernando Luiz Filho, Ita e Travessa Augusto Sevilha, no bairro Meudon.
Supostamente preocupada com a qualidade da água servida, a empresa afirmou que, “além de ser considerado crime, utilizar abastecimento por meio de fontes irregulares é um problema de saúde pública devido ao alto risco de contaminação da água que chega a essas residências”. Para a concessionária, o objetivo da ação foi “a conscientização dos moradores sobre a gravidade do uso de fontes irregulares e a importância do abastecimento via rede com água tratada”.
O risco para os moradores que não gozam do “privilégio” de terem hidrômetros instalados em suas residências, pagando cerca de R$ 60 por mês de conta mínima à empresa “privilegiada” pelo ex-prefeito Vinicius Claussen, que indenizou à empresa Cedae em mais de R$ 100 milhões para que o serviço passasse a ser prestado pela atual empresa de exploração de água, com quem o ex-prefeito fez temerário contrato, concessão que está senda discutido na Justiça em diversas ações, a maioria delas promovidas pela Câmara Municipal.
Segundo a Nota da empresa Águas da Imperatriz, as mangueiras pretas não seriam “apropriadas para uso potável, além de serem frágeis e facilmente perfuradas, favorecendo a entrada de sujeira, esgoto ou bactérias”. Afirmou ainda em Nota a concessionária que fez a instalação de 300 metros de rede de água nas ruas Fernando Luiz Filho, Ita e Travessa Augusto Sevilha, para o atendimento aos moradores que não eram servidos pela empresa. “Nas últimas semanas, equipes estiveram no local e ofereceram aos moradores o abastecimento regularizado com água tratada. Equipes técnicas estarão no local para fazer as ligações e regularizar o fornecimento de água tratada, via rede de abastecimento público”, disse a Imperatriz, que orienta os moradores a “dedurarem” à empresa possíveis ligações irregulares nas casas que ainda estejam sendo abastecidas pelas mangueiras pretas, oferecendo os telefones da empresa, pelo SAC 0800 773 1056 pelo Whatsapp (21) 97211 8064, podendo ser feita a denúncia de forma anônima.
