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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Alagamentos, deslizamentos, centenas de mortes e… Esquecimento!

Oito anos depois, data que marcou a história da Região Serrana e a vida de milhares de pessoas passa em branco

Exatamente oito anos atrás, o dia começava de uma maneira que os moradores da Região Serrana nunca tinham sequer imaginado: Centena de pontos de deslizamentos de terra, boa parte com proporções nunca vistas antes, marcas de muitos estragos causados por transbordamentos de cursos d´água que aumentaram de volume de forma assustadora e impensável, e milhares de mortos em Teresópolis, Nova Friburgo, Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto. O 12 de Janeiro de 2011 é uma data para não ser esquecida. Ou, pelo menos, não deveria. O forte temporal que teve início no final da noite anterior e causou tantos estragos e mortes na madrugada seguinte foi classificado como maior catástrofe natural do país. Porém, perto de completar uma década, a data passa praticamente em branco. E, tão ruim quando não se lembrar do dia que mudou a vida de tantas famílias, é constatar que os moradores e gestores dos municípios drasticamente afetados parecem não ter aprendido muito coisa em relação a ocupação de áreas de grande risco ou outras preocupações ambientais que podem contribuir, para pelo menos, minimizar os problemas comuns em ciclos naturais.
Um dos problemas gerados pela histórica tempestade foi o habitacional, que se arrasta até hoje. Grande parte das famílias conseguiu negociar seus destruídos imóveis com o governo estadual ou aceitou um dos apartamentos do Parque Ermitage. Porém, ainda há pessoas que, oito anos depois, ainda aguarda uma resposta – seja pela negociação do bem danificado ou impossibilitado de ser reerguido por novas regras criadas pelo estado ou porque simplesmente não foram contempladas com unidade habitacional no condomínio erguido às margens da BR-116 pelo governo estadual, com recursos federais. Está em estudo a construção de 500 novos apartamentos para atender a essa demanda.
Bairros devastados pela impressionante chuva, como Parque do Imbuí, Posse, Cascata do Imbuí, Santa Rita, Arrieiro, Espanhol e Arrieiro, ainda guardam muitas marcas e até novos problemas gerados pelo que deveria ser a solução. Em Campo Grande e Posse, por exemplo, até então não saíram do papel as barragens de contenção de cheias ou o parque fluvial, além da canalização do córrego Antonio José, “rebatizado” de rio Príncipe, viver em risco de transbordamento pelo abandono total logo após sua conclusão.
Imóveis que deveriam ter sido demolidos voltaram a ser ocupados, alguns por antigos e desesperançados moradores, outros por mendigos e pessoas interessadas em cometer atos ilícitos – como acontece na Vila Muqui e Espanhol, por exemplo. Em localidades do Segundo e Terceiro Distritos, as pontes foram motivo de preocupação por muitos anos. As principais foram reconstruídas, algumas com grande atraso, como em Cruzeiro, mas as menores ainda são as que foram improvisadas com pedaços de madeira pelos próprios moradores, podendo ser utilizada como referência a que dá acesso a Granja Mafra.
Nesta edição, recuperamos algumas imagens dos dias 12 e 13 de janeiro de 2011, dias em que teresopolitanos ainda estavam muito abalados e ainda sem compreender o que havia acontecido nos bairros onde, até pouco tempo antes, viviam suas vidas sem imaginar que passariam pela grande provação.

Sem eventos
Em anos anteriores, o 12 de Janeiro foi marcado por eventos para lembrar a memória dos que se foram e cobrar das autoridades providências para que os bairros fossem reerguidos. Para hoje oficialmente não havia nada previsto. Entramos em contato com a Avit – Associação das Vítimas da Chuvas, sem sucesso. Na página do grupo na rede social Facebook, que parece estar ativa diante das publicações feitas nos últimos dias, nenhuma informação nesse sentido. Porém, a Associação tem destacado ações relacionadas ao tema nos últimos meses, como mutirões de limpeza em áreas que podem voltar a ser prejudicadas em chuvas mais fortes, como no Caleme.

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Edição 29/11/2024
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