Marcello Medeiros
A manhã do último domingo foi de sol, céu azul e muitas raridades em quatro ou duas rodas circulando pelas principais ruas e avenidas do município. Com a flexibilização das medidas sanitárias em Teresópolis, em relação à pandemia da Covid-19, o clube Amigos do Antigo voltou a realizar o seu encontro mensal, dessa vez tendo como cenário o Parque Regadas. E, depois de tanto tempo sem eventos do tipo, com carros, motos e até caminhões de outras épocas guardados nas garagens, a avenida ficou tomada de ponta a ponta – ultrapassando até, de certa forma, as expectativas da própria organização. Fuscas, Passats, Kombis, Opalas, Mercedes e até alguns importados, entre outros, foram muito admirados e fotografados pelos teresopolitanos, que, assim como os antigomobilistas, foram matar as saudades desse tradicional encontro. “Esse é o nosso primeiro evento mensal de 2022, retornando para nossa casa que é o Parque Regadas, que foi palco de várias exposições anuais do clube. A partir de agora, em todo terceiro domingo do mês, estaremos reunidos. Mas não só no Regadas, Praça de Santa Teresa, Ginda Bloch, vamos revezando e divulgando nas redes sociais, na tevê Diário, buscando o contato com o público. Quem tiver carro antigo com 30 anos ou mais em boas condições é só vir, não tem inscrição, é só chegar e será muito bem vindo”, convida Sidney Mandarino, Presidente do Amigos do Antigo.
O evento teve início por volta das 9h e se estendeu até o início da tarde, sempre com grande público. Diferente dos encontros maiores, realizados uma vez por ano e geralmente em espaço mais amplo, não houve venda de miniaturas e lembranças e o tradicional “mercado de pulgas”. Porém, isso em nada diminuiu a grandeza do primeiro mensal do Amigos do Antigo, que recebeu inclusive visitantes de outros municípios. E, se o evento já tinha tudo para ficar bonito, teve outro grande destaque: os antigomobilistas de Teresópolis prestaram uma espécie de homenagem ao Opala, ícone da indústria automobilística brasileira que deixou de ser fabricado exatamente 30 anos atrás. “Sua produção teve início em 1968, com o primeiro modelo sendo 1969, e foi finalizada em 1992. Temos aqui alguns exemplares para demonstrar essa linha do tempo e fazer essa lembrança dos 30 anos do término da produção desse grande ícone – um carro que até hoje tem um público apaixonado, que gosta e cultiva a marca. Daqui do clube trouxemos 13 modelos muito bem caracterizados, originais ou restaurados, carros exemplares”, destaca Sidney.
Os modelos
Depois de 24 anos de história, e um milhão de unidades construídas, em 16 de abril de 1992 o último Opala deixou a linha de montagem da fábrica de São Caetano, em São Paulo. Nessas mais de duas décadas de muito sucesso, foram construídos modelos em duas ou quatro portas, motorizados com quatro ou seis cilindros, sem esquecer a também muito popular versão perua, a Caravan. No evento do Amigos do Antigo, o público pôde admirar diferentes exemplares desse clássico da GM. Um dos mais raros, um SS4 na cor cinza com as tradicionais faixas pretas no capô, entre outros detalhes. “Esse modelo foi criado a partir de 1974, com a crise do Petróleo. Pelo alto custo da gasolina, a GM resolveu criar o quatro cilindros, mas com todo apelo esportivo. Ele é raro porque muitos foram transformados em seis cilindros ao longo do tempo. A pessoa comprava o quatro, que era mais barato, e colocava o seis”, explica o proprietário, o antigomobilista Sérgio Castelo Branco, que deu entrevista ao lado da herdeira dessa raridade, a filha Ana Aiumi. “Desde de pequena é o meu carro preferido e desde sempre falo que é meu. Já recebeu várias propostas, mas não deixo vender”, contou a jovem Opaleira.
Entre as Caravans expostas no Parque Regadas, destacamos dois modelos. Primeiro, uma das séries iniciais, um belo exemplar do final dos anos 70. “Esse carro é 1979, motor seis cilindros, interior marrom, que acabou de ser restaurado, está bem novo, bem bacana”, pontuou o proprietário Fernando Mendonça. A seguinte, no outro lado da linha do tempo, uma 1992, que também tem outro diferencial que mostra como esses veículos foram úteis em diversas funções. Estamos falando de uma ambulância montada a partir do clássico da GM, veículo que por muitos anos foi utilizado no setor de saúde de uma grande empresa. “Sempre fui fascinado pelos carros de serviço, sempre gostei de carro da polícia, bombeiro, ambulância… Até que apareceu a oportunidade de ter essa Caravan, que é um carro da nossa época, de quem viveu esse tempo, que foi muito utilizado para todo o tipo de serviço, de carro presidencial ao carro de trabalho do cidadão comum”, enfatiza o proprietário, Alexandre Padrão. Para saber mais sobre esses carros e os encontros do clube, os endereços são www.amigosdoantigo.com.br e o Instagram /amigosdoantigo
Fotos: Marcello Medeiros