Marcello Medeiros
Na última quarta-feira, 24, publicamos em nossas redes sociais o posicionamento do governo municipal sobre o Carnaval 2022. De acordo com a nota, encaminhada para a redação do jornal O Diário e Diário TV, ainda não há uma decisão sobre permitir ou não o tradicional evento, impedido de ser realizado no último ano devido à pandemia da Covid-19. “Assim que for decidido se haverá programação oficial de Carnaval no município em 2022 irá comunicar à imprensa e à população”, informa ainda o documento, cujo conteúdo gerou muitos e calorosos debates. Para dar mais ampliação a essa discussão, nesta sexta-feira, 26, conversamos com Paulo Lima, Presidente da Associação das Escolas de Samba de Teresópolis (AEST), que externou o pensamento das pessoas que trabalham nesse segmento ou são apaixonadas pelas festividades tradicionalmente realizadas entre fevereiro e março. Para ele, seguindo as medidas de segurança, é possível retomar a programação carnavalesca.
“Estão medindo com dois pesos e duas medidas, temos que balancear isso aí. Tudo está funcionando na cidade. Feirinha do Alto lotada, clubes sociais lotados, igrejas lotadas, colégios lotados, shoppings, lojas, todos os segmentos… Isso significa que são pessoas aglomerando… Veja o exemplo dos supermercados em promoção, tudo lotado. Então porque não voltar o Carnaval? Esse é o maior evento popular ao ar livre do mundo, é maior do que o réveillon, do que tudo. Vai ser festa popular lindíssima e ao ar livre. No Rio já liberaram o uso de máscaras em áreas abertas e Teresópolis caminha para isso, assim que atingir a meta prevista”, relatou Paulo Lima, em entrevista ao programa “Hélio Carracena”, na Diário TV.
A Associação das Escolas de Samba de Teresópolis substitui a antiga Liga das Escolas de Samba de Teresópolis com objetivo de dar mais representatividade para esse grupo, ainda mais fundamental nesse momento. Ainda segundo Lima, além de fazer bem para a saúde mental não só dos envolvidos diretamente, mas para quem gosta desse tipo de cultura, o Carnaval contribui com o desenvolvimento econômico das regiões onde é comemorado. Portando, ainda de acordo o Presidente da AEST, se respeitadas as medidas de segurança sanitárias previstas, os desfiles de escolas e blocos podem ser realizados – da mesma maneira que se tem permitido estádios de futebol cheios, além de outros eventos esportivos, musicais e religiosos. Para tanto, o grupo vem tentando reuniões com o poder público.
“Lógico que temos que sentar com as autoridades competentes, com o prefeito, secretário de Saúde… Mas já mandei várias mensagens para a Chefe de Gabinete (do prefeito) e desde maio estou aguardando agenda. Sobre a Câmara, apesar de ter sido bem recebido pelo Leonardo Vasconcelos, ainda falta criar uma espécie de Comissão de Carnaval para agilizar isso, para ontem”, pontuou, destacando também que, com a festa de momo ou não, a cidade deve “ficar lotada nesse período”. “Soube que a prefeitura já autorizou o Bloco das Piranhas a desfilar, então que deixe as escolas de samba voltarem. Se pode bloco e tudo que está funcionando normal na cidade, queremos também o direito de trazer diversão, saúde e recursos para o município. Se não pode ter Carnaval, não pode ter muita coisa aí”, frisou ainda Lima.
Posicionamento do governo
Após a entrevista do Presidente da AEST, entramos novamente em contato com o governo municipal. A prefeitura informa que a Secretaria Municipal de Turismo agendou reunião para recebê-lo na próxima segunda-feira, 29, situação que teria sido marcada dois dias atrás. Já a Secretaria Municipal de Esportes e Lazer esclarece que recebeu representantes da Associação das Escolas de Samba de Teresópolis por diversas vezes durante este ano, cedendo, inclusive, sala no Ginásio Pedrão para reuniões da referida Associação. Também foi informado que o governo aguarda resolução dos decretos sanitários sobre a realização dos desfiles de escolas de samba em 2022. Sobre o Piranhas da Serra, a Secretaria Municipal de Turismo informa que recebeu da diretoria do bloco o planejamento do desfile para o Carnaval 2022 e que foi emitida declaração de nada a opor. “Esse mesmo documento informa a diretoria do bloco que os detalhes logísticos deverão aguardar parecer oficial dos decretos sanitários para sofrer análise e consequentemente a liberação”, destaca a nota da PMT.