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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Atrativos turísticos do Vale Paraíso seguem abandonados

Vítima de problemas antigos, região também merece intervenção urbana
Marcello Medeiros
 
No dia 30 de setembro os teresopolitanos assistiram ao ressurgimento da Colina dos Mirantes. No ano do seu cinquentenário, o atrativo localizado no ponto mais alto do bairro da Fazendinha recebeu uma grande intervenção envolvendo poder público e sociedade civil organizada com o objetivo de recuperar o interesse turístico por esse local. Além de um dia com muitas atrações, foi inaugurada uma rampa de voo livre e anunciados projetos de construção de mirantes e outros aparelhos para ampliar a visitação ao ponto de onde se pode avistar maravilhosamente bem toda nossa região. Na “onda” da recuperação da Colina, os teresopolitanos tiveram a atenção despertada para outros atrativos semelhantes e que também merecem ações envolvendo diferentes frentes. Um dos exemplos de locais que precisam de uma rápida e enérgica intervenção é o Mirante Governador Roberto Silveira, no Vale do Paraíso. Localizado em um dos acessos do município – para quem chega via Nova Friburgo ou Além Paraíba – o espaço público continua sofrendo com o abandono e atos de vandalismo, como as frequentes ações de pichadores em contraste com a grande janela para diversos bairros do município, emoldurados por uma vista única para a Serra dos Órgãos. De lá possível registrar, por exemplo, parte da imponente Agulha do Diabo.
O Mirante fica no final da Avenida Delfim Moreira, encontro com a Estrada Wenscelau José de Medeiros, sendo inaugurado no dia 06 de julho de 1963, no governo Flávio Bortoluzzi. Apesar de ter sido considerado um presente para o município, nos últimos anos não recebeu a devida atenção do poder público. A cada seis meses, ou em intervalo ainda maior de acordo com o prefeito, recebe pintura e capina. Mas bastam apenas alguns dias para que os pichadores voltem a rabiscar suas indecifráveis e criminosas marcas, o que mostra que é preciso muito mais do que passar tinta branca nas paredes para evitar a depredação do patrimônio público.
Permitir a criação de grafites com temas relacionados ao turismo local poderia ser uma solução. A instalação de um ponto base da Polícia Militar ou sistema de câmaras também auxiliariam no combate ao porco e ilícito ato, muitas vezes praticado até por jovens de classe média alta. Maior movimentação ou controle também auxiliariam a diminuir a utilização do terreno localizado abaixo como banheiro ou depósito de lixo.
Nunca é demais lembrar que pichação é considerada vandalismo e crime ambiental, nos termos do artigo 65 da Lei 9.605/98, a Lei dos Crimes Ambientais, que estipula pena de detenção de três meses a um ano, além de multa, para quem pichar, grafitar ou qualquer meio conspurcar edificação ou monumento urbano. 
 
Fonte também está destruída
Não muito longe do Mirante do Vale do Paraíso fica outro monumento que poderia ser explorado em possível roteiro turístico naquele bairro, a Fonte Santa Ângela, que também segue depredada. Localizada na Rua General José Ribeiro, próximo ao antigo pronto socorro do Hospital das Clínicas, ela faz parte da história do bairro por conta de uma envasadora de água mineral instalada por ali décadas atrás, assim como uma capelinha hoje desaparecida em meio à floresta. Muito procurada por conta da nascente, atualmente potável, a Santa Ângela poderia ter os azulejos recuperados e contada ali a história do Vale do Paraíso, por exemplo.
 
Cada um pode ajudar um pouco
Logicamente que o poder público municipal tem suas responsabilidades em relação à manutenção de espaços como o Mirante Governador Roberto Silveira e a Fonte Santa Ângela, mas teresopolitano que faz valer o sentido da palavra cidadão pode contribuir de diversas formas com o desenvolvimento do município, não só no setor turístico. Se cada um se voluntariar um pouco dentro da sua área de atuação, toda Teresópolis tem a ganhar. É preciso pensar no município como um grande barco, onde um buraco no casco pode significar a morte por afogamento de todos os seus tripulantes – mesmo aqueles que acreditam estar na parte mais alta e aparentemente segura da embarcação. Por mais que a pessoa “saiba nadar”, um mar turbulento pode significar o fim de uma história que poderia ter tido um final feliz se essa mesma pessoa tivesse pensando um pouco além dos sues interesses pessoais e momentâneos.
 
 

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Edição 21/12/2024
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