Um estudo realizado no município do Rio de Janeiro aponta para uma realidade que é similar ao que acontece em Teresópolis: a Covid-19 mata mais em periferias que em bairro nobres. A pesquisa realizada pelo Ipea mostra que na capital do estado os bairros onde a condição socioeconômica é inferior os casos ocorrem em maior número. Essa questão alerta para as condições de moradia, transporte, infraestrutura e fatores sociais que potencializam a pandemia. Em Teresópolis, o Bairro São Pedro, região com maior favelização do município, é a localidade com o maior número de óbitos registrados até esta quinta-feira, 06, de acordo com as informações do Painel Covid da prefeitura.
O site específico para divulgar os números da pandemia considera que o Bairro São Pedro lidera as estatísticas por bairros com o registro de 244 casos e 17 óbitos, enquanto a Várzea e Bonsucesso que vem logo em seguida com 202 casos, sendo 9 óbitos para a localidade central e 3 óbitos na que fica no 3º Distrito. Entretanto, existem ainda outros casos que não foram computados corretamente nesta tabela, pois algumas comunidades que fazem parte do Bairro São Pedro foram separadas equivocadamente na planilha da prefeitura: Rosário (10 casos), Pimentel (7 casos), Granja Primor (7 casos) e Bairro dos Funcionários (3 casos) acrescentariam mais 27 casos. Desta forma o Bairro São Pedro tem o total de 271 registros de Covid-19 e os mesmo 17 óbitos. Outras duas comunidades pertencentes ao bairro são Perpétuo e Morro do Tiro.
Por outro lado, bairros como Comary (15 casos), Carlos Guinle (16) e Golfe (17), localidades que contam com estrutura e uma realidade socioeconômica muito melhor, não registram óbitos.
A grande questão que impacta a situação do Bairro São Pedro é sem dúvidas a densidade demográfica da área que abriga 12,5% da população do município. No Bairro São Pedro vive uma população comparável ao município de São José do Vale do Rio Preto e maior que a registrada em 27 outros municípios do estado. Desta forma, com casas menores, mais pessoas habitando por metro quadrado, a propagação do vírus encontra maior facilidade, assim como o alto índice de transporte público.
Além disso, o Ipea chama atenção também de que a testagem da população residente em áreas menos desenvolvidas precisa ser maior, além de realizar uma análise sobre informação organizada, precisa e transparente para que o poder público elabore estratégias de enfrentamento da pandemia para lidar melhor com os efeitos dela.
