Marcus Wagner
Após o grave acidente que ocasionou graves queimaduras em quatro pessoas na segunda-feira (15), o Ten. Cel. Fábio Gonçalves, comandante do 16º GBM, fez um alerta quanto ao manuseio irregular de materiais inflamáveis. Ele destacou que diversos acidentes e explosões são causados pela falta de cumprimento das exigências legais e no desconhecimento do risco que esses produtos representam.
No estabelecimento que fica na Barra do Imbuí, onde funcionava um serviço de preparação de quentinhas para venda, o Corpo de Bombeiros informou que a causa do incêndio foi uma explosão em um recipiente conhecido como réchaud, que armazena álcool e serve para manter alimentos aquecidos. Entre os feridos havia três mulheres e um homem.
“Logo identificamos que era uma casa que manipulava alimentos e trabalhavam com réchaud e um dos procedimentos que nunca deveria ser realizado, foi feito quando um funcionário tentou fazer o reabastecimento do recipiente que já estava em combustão. Esse funcionário pegou um vasilhame com aproximadamente 5 litros de álcool e tentou reabastecer. Com esse contato, aconteceu um deslocamento de ar forte junto com o fogo que culminou com graves queimaduras nas pessoas” , explicou Gonçalves.
De acordo com o comandante, quando chegou ao local, a equipe de emergência verificou que os próprios funcionários tinham conseguido apagar o fogo com extintores de pó químico e coube aos bombeiros fazer o resfriamento das pessoas atingidas entre 40% e 80% do corpo com queimaduras de primeiro e segundo graus. “Levamos todos para o HCT, todos estavam notadamente em estado grave, mas conseguimos fazer com que chegassem com vida ao hospital”.
As consequências poderiam ter sido ainda mais graves por conta da falta de cumprimento de outra norma de segurança: “Foi constatado que havia um vasilhame de gás que estava dentro da edificação e isso não é permitido, deveria estar do lado de fora. Essa explosão poderia ter atingido esse vasilhame e causando uma explosão maior ainda, afetando não só aquelas pessoas como as adjacências”, destacou.
As regras para que imóveis utilizem ou armazenem líquidos inflamáveis, gás e combustíveis são muito rígidas e a certificação é feita pelo Corpo de Bombeiros. O comandante enfatizou que naquele estabelecimento essa permissão não seria possível e até mesmo nos casos em que há autorização, é necessário cumprir várias exigências para acondicionar, manipular, preparar contenção para eventual vazamento e elaborar plano de escape e contingência.
O comandante afirmou que existe uma preocupação quanto ao crescimento da oferta de serviços de entrega de quentinha na cidade, já que muitas vezes a produção é feita em residências ou imóveis sem qualquer estrutura de segurança: “Quem tem esse trabalho deve fazer certificação junto ao Corpo de Bombeiros e ainda existe um processo mais simplificado que tem a assistência da Junta Comercial do Estado do Rio de Janeiro (JUCERJA). Seguindo esses parâmetros contra incêndio e pânico, vai promover maior segurança para todos”.
16º GBM realiza a Semana da Prevenção 2019
O 16º Grupamento de Bombeiros Militares realizou a Semana de Prevenção 2019, um evento com atividades intensas e instruções. Foram 64 participantes que tiveram a oportunidade de realizar o curso na sede do 16º GBM e outros 23 nas instalações do Destacamento do Carmo, que pela primeira vez também realizou a SEMPREV.
O Capitão Fábio Pimentel destacou o comprometimento e carinho com que os bombeiros militares realizaram as atividades: “Sempre que tivermos a oportunidade de promover momentos como esse, que mantenhamos esse padrão, porque vale muito a pena. Enchemos de esperança corações de pessoas que dariam tudo para serem bombeiros militares, plantamos a semente da prevenção, modelamos pais, mães, funcionários com conhecimento mínimo para salvar vidas”, disse.
“Muito importante e oportuna a Semana de Prevenção, pois reforça uma postura crítica no quesito segurança nos participantes, além de ter um efeito multiplicador sobre o conhecimento, o que acaba trazendo benefícios ainda mais amplos no tocante a prevenção”, afirmou o Capitão Rubens Portes, comandante do DBM 1/16 e instrutor na cidade do Carmo.
