Wanderley Peres
“Nós poderíamos ter resolvido a questão financeira do município com um telefonema, acreditem nisso, só que nesse telefonema nós teríamos vendido a nossa alma e a cidade”. A bravata do prefeito, que a conclusão da mentirosa fala, na convenção do PL domingo passado, deu entender a muitos que o aplaudiram se tratar de uma citação aos vereadores, foi comentada na sessão da Câmara Municipal, na última quinta-feira, 1 de agosto.
“O prefeito disse, numa reunião oficial, e diante de um público a quem parecia querer dizer alguma coisa grave, que a situação financeira do município não está totalmente sanada por causa de um telefonema que não quis dar, para a uma corja de corruptos. Não é para o meu telefone que ele ia ligar, e nem pode dizer ligaríamos para ele para algo que não é correto, porque quando chamou a gente para ir no gabinete para uma conversa estranha dissemos que o receberíamos em nossa Casa, a Câmara, e ele veio, e contou a sua história, e a sua história não nos agradou, porque se tratava de uma coisa ruim para a cidade, que era um empréstimo que ele queria fazer para o próximo prefeito pagar. Negamos a autorização para o empréstimo, em nossa Casa, aonde ele veio, e negamos porque era uma coisa ilegal e obscura que ele queria fazem em nosso nome, e tinha coisas naquele projeto que jamais poderíamos autorizar”, começou o vereador Dr Amorim. “A maior autoridade do município cometer uma leviandade dessas contra um poder constituído, contra pessoas de bem que aqui estão, porque podem procurar em qualquer instância de justiça, em qualquer instituição bancária ou do comércio, e não vão encontrar nada de errado com o meu nome. Não tem coisa errada com o meu nome porque ele é Raimundo Amorim, e porque não me chamo Vinícius Claussen. E se eu souber que tem algum corrupto aqui dentro, sou capaz de denunciá-lo, mesmo sendo meus companheiros de Câmara. Se o prefeito sabe que tem corrupto porque não o denuncia. Corrupto pode ter por aí, mas meu nome é Raimundo Amorim e não Vinícius Claussen”, alfinetou, concluindo que é grave o prefeito dizer que as contas da Prefeitura não estão sanadas porque não ele deu um telefonema. “Quer enganar a quem o prefeito? Se existe uma corja que o impediu de fazer um telefonema, isso é uma denúncia de crime, e a Justiça tinha que tomar consciência disso, porque afirmou que ia resolver a situação financeira do município e a corja não deixou. Isso é grave, e precisa ser investigado, e tem que ser denunciado nesta Casa”, concluiu o vereador.
Outro que comentou a infeliz, e inconsequente fala, foi o vereador Marcos Rangel.
“Fogo no lixão, disse há mais de um ano atrás que estavam quase pegando o culpado. Comissão processante, disse que sofreu chantagem de vereadores, mas não disse quem o chantegeou, e depois reconduziu aos cargos os indicados daqueles que o teriam chantageado. Vi gravidade naquela fala, e denunciei ao Ministério Público, e pedi investigação. Agora, esse mentiroso diz que num telefonema resolveria todo os problemas da cidade. Cadê essa pessoa do telefonema para quem não quis vender a alma? E segue o prefeito fazendo acusações irresponsáveis, junto com o seu bando de mais de 40 ladrões”, disse, reclamando ainda das obras paradas na cidade, entre elas as escolas e a calçada da Prefeitura. “A única obra que fez foi a da casa dele, que era um barraco e virou uma mansão, essa é a verdade. Se fizesse para o povo com 10% da qualidade que tem em sua obra particular já estava bom”, disse Marcos Rangel, lembrando o mau costume do prefeito de colocar a culpa dos seus erros nos outros. “Bloqueios judiciais, a culpa é do vereador, as contas bloqueadas é culpa da imprensa. O prefeito está tendo as contas bloqueadas porque é caloteiro, porque conseguiu a conivência da Justiça para não pagar o precatório por mais de três anos e agora a dívida triplicou de tamanho. Eram 84 precatórios na fila para pagar quando pegou a Prefeitura e hoje tem 235 precatórios, isso porque nunca pagou, por isso a dívida aumentou tanto. Foi por causa da má administração e do calote reiterado que a cidade caiu nessa condição de miséria”, concluiu Rangel.