Wanderley Peres
G1, Metrópolis, Forum, O Dia, Band, Estadão, Globo, Terra, CNN, O Tempo, Último Segundo, TV Brasil, Folha… A notícia da hora nos jornais e tevês, e nos blogs e páginas de internet, é a briga entre os super-heróis que ilustram as viagens dos trenzinhos da Feirinha do Alto. O Pantera Negra deu uns catiripapos no Homem Aranha, intervindo o Super Mário, imprevista confusão entre heróis de desenho animado que animou as redes sociais e também a imprensa nesta quarta-feira, seguinte à publicação de matéria no DIÁRIO, na edição desta terça-feira, 6.
É tão inusitado o ocorrido que não poderia ter sido diferente a reação. E pouco importa os motivos da agressão, que ninguém deu conta dela porque está ainda em investigação na 110a. Delegacia de Polícia e não foi informada pelo jornal. O episódio que interessa aos olhos é a briga entre os super-heróis, que nos quadrinhos se comportam como manda o script e aqui, à sombra do Dedo de Deus, o enredo desandou, levando os personagens a confronto de dimensões hollywoodianas.
Foi uma confusão virtual e longe da realidade, pode interpretar assim quem tiver boa vontade. A exaltação de ânimos entre os artistas de irreverência sem limites é segundo plano, porque os indivíduos são o que são, pessoas comuns capazes de rompantes, mesmo quando travestidos, quando se transformam em imprevisíveis brincalhões, de arte inconsequente, ilustrada com piruetas e dancinhas irreverentes, gracejos que fazem bem, e mal algum tem.
Tão do homem, o agressivo comportamento constatado é a fissura do indivíduo e o herói interpretado. Com boa vontade, no entanto, o episódio pode ser visto de forma menos ríspida, porque é incomum, e sabendo agora os condutores do trem que a molecada apronta, certamente tomará as providências para que a rua não volte a ser ringue de novo.
O tosco episódio não vai além do inusitado, de um imprevisto caso policial. Motivo de chiste num primeiro momento, e fato condenável por consequência, é ocorrido passado, que deve ser esquecido. Para não manchar a imagens dos super-heróis envolvidos e dos meninos travestidos que transmitem uma alegria tão contagiante que não se pode imaginar o trenzinho sem a alegria inocente deles.
A PREFEITURA
Diante da repercussão, a Prefeitura de Teresópolis manifestou “preocupação e descontentamento com o incidente”, informando as providências tomadas. Exigiu que os colaboradores envolvidos no conflito sejam afastados imediatamente do trabalho, “sem prejuízo de outras medidas disciplinares internas que as empresas julguem necessárias para coibir a reincidência de comportamentos inadequados” e esclareceu que “a falta de comprovação das ações impostas acarretariam em severas consequências para a permissão da atividade em espaço público, inclusive com a cassação da permissão, suspensão das atividades e aplicação de sanções administrativas e jurídicas cabíveis”.
SOLIDARIEDADE
Diversas postagens nas redes sociais, em solidariedade aos empresários dos trenzinhos, denotam bem como é querido o empreendimento, atrativo que começou modesto, como ocorre em outras cidades turísticas, e graças ao persistente trabalho, ao engajamento, e as inovações das empresas de lazer, o trenzinho de Teresópolis ganhou notoriedade, sendo hoje a principal atração da feirinha, passeio obrigatório também para a criançada da cidade, nos finais de semana.
“Rogério, sou testemunha da sua seriedade e seu bom coração. Continue gerando emprego ao menos favorecidos, continue levando alegria a centenas de famílias como foi o caso da minha. Seu trenzinho é referência além-mar e sempre de uma forma positiva, sendo realmente uma atração de Teresópolis”, escreveu o advogado Cristiano Menendes. “Não se pode esquecer a alegria que esses personagens trouxeram durante anos e continuam trazendo, por um fato isolado”, comentou a professora Andrea Sant Ana. “O trenzinho é patrimônio de Teresópolis, tem famílias que sobem a serra só para levar os filhos nesta importante atração da Feirinha”.