Marcello Medeiros
Estamos iniciando o período chuvoso, aquele onde não é preciso morar em áreas de risco para ficar preocupado. Afinal, uma forte pancada de chuva pode alagar a região central do município. Para diminuir os efeitos desses alagamentos, manter bueiros limpos e funcionais é fundamental. Mas, no caso da calçada da prefeitura, existe um sistema de escoamento da água que até pode estar com a limpeza em dia, mas não é nada funcional: ele foi construído na parte de cima da calçada. Ou seja, é preciso atingir um grande volume de água para que ocorra o escoamento para o sistema de galerias… Mais uma da série “coisas que só acontecem em Teresópolis”.
Em qualquer local, uma obra sem a mínima preocupação de funcionalidade já seria motivo de preocupação. Mas, nesse caso, a situação é ainda mais grave. Tal calçada foi reformada com dinheiro público e está no entorno da sede do governo municipal, onde diariamente passam prefeito, secretários e servidores… Como ninguém percebeu o grave erro desde o início da execução da obra chama tanta atenção quanto colocar um bueiro acima do nível da passagem da água. Não que não possa ocorrer esse tipo de sistema, mas, quando a caixa de coletora fica fora do eixo do fluxo pluvial, basta deixar na parte da frente uma passagem aberta para que a água siga corrente o caminho. Recentemente, a reportagem do O Diário registrou um grande acúmulo de água justamente nesse local, obstruindo a passagem dos pedestres após uma leve pancada de chuva.
Erros frequentes
Esse não foi o primeiro erro de execução na reforma da calçada da prefeitura – e diante dos olhos daqueles que ganham, e muito bem, para fiscalizar a aplicação adequada dos recursos públicos. No mês passado, O Diário denunciou que não havia sido feito o acesso de deficientes nos trechos cortados pela saída do estacionamento da prefeitura, entre o palácio Teresa Cristina e a Câmara de Vereadores. Além disso, as outras rampas para cadeirantes e outras pessoas como mobilidade reduzida estavam danificadas mesmo após pouco tempo da conclusão da obra. Na ocasião, a PMT alegou “que o serviço não havia sido concluído”, apesar de não haver funcionários trabalhando no local há mais de um mês, e que acionaria a empreiteira para consertar tal absurdo. Onde não havia passagens foram construídas duas rampas e, as danificadas, reconstruídas.