Luiz Bandeira
As intervenções realizadas pela Águas da Imperatriz, concessionária responsável pelo tratamento e fornecimento de água e coleta de esgoto em Teresópolis, voltaram a ser tema de debate na Câmara de Vereadores. Durante a sessão desta quinta-feira (09), o vereador Marcos Rangel apresentou um requerimento formal pedindo esclarecimentos à empresa e ao Poder Executivo sobre os impactos das obras executadas em diversas ruas do município.
Desde que assumiu os serviços de saneamento básico na cidade, em 2024, a Águas da Imperatriz iniciou a ampliação do sistema de esgoto e a expansão da rede de água. No entanto, segundo parlamentares, o trabalho da concessionária tem deixado um rastro de problemas: calçadas danificadas, vias mal reparadas e ausência de fiscalização adequada. “Nos locais onde fizeram as intervenções, os reparos são de péssima qualidade. As ruas da cidade, que já estavam em condições precárias, ficaram ainda piores”, criticou Rangel em plenário. “A empresa tem obrigação contratual de recompor os locais após as obras, mas isso não está sendo feito como deveria.”
O vereador também questionou a atuação dos órgãos municipais no acompanhamento das obras. “Embora a gestão anterior tenha firmado um convênio com a AGENERSA para fiscalização, sabemos que esse controle na prática não acontece. O município tem a obrigação de fiscalizar, autuar e exigir que a empresa repare os danos causados ao patrimônio público”, afirmou.

No requerimento apresentado, Rangel solicita que a concessionária preste esclarecimentos sobre: – Qual secretaria municipal é responsável pela fiscalização das recomposições de paralelepípedos, asfalto e calçadas após as intervenções? – Quais medidas punitivas foram aplicadas à empresa por reparos mal executados ou não realizados? – Quantas licenças de obras foram emitidas para a Águas da Imperatriz desde o início das operações? – Quais compensações ambientais foram impostas pelas obras realizadas em áreas de Preservação Permanente (APP)?
Além das questões técnicas, o vereador também levantou preocupações quanto à sinalização das obras e à comunicação com órgãos municipais como a Secretaria de Segurança. “Eles informam os órgãos competentes? A sinalização está adequada? Tudo isso está no edital da concessão, que foi conquistada por meio de liminar judicial. Agora, cabe à Prefeitura fiscalizar se está sendo cumprido.”
O requerimento será encaminhado à concessionária e às secretarias municipais competentes. A Câmara aguarda as respostas para definir os próximos passos, que podem incluir convocação de representantes da empresa e, eventualmente, medidas legais e administrativas.

“Estamos trabalhando”
Sobre essas e outras reclamações da população nos últimos dias, a Águas da Imperatriz divulgou nota destacando algumas situações: “Essas redes são um legado da antiga concessionária, que não realizou os investimentos necessários para a modernização dos serviços. Desde o início da operação, a Águas da Imperatriz vem trabalhando intensamente para garantir um serviço cada vez mais eficiente e confiável à população de Teresópolis”.
Ainda segundo a concessionária “entre as principais ações, está a substituição das redes antigas por novas tubulações em PEAD (polietileno de alta densidade) — material muito resistente, durável e adequado ao abastecimento moderno. Essa iniciativa reduz perdas, melhora a qualidade da água e assegura regularidade no fornecimento”.
