Nosso município é oficialmente a Capital Nacional do Montanhismo e, mesmo que por vezes alguns governantes tentem nos empurrar novos títulos com objetivos meramente financeiros, oferece ainda muitas outras opções ligadas às suas belezas naturais e cenários impactantes. Uma dessas atividades é a caminhada, que pode parecer “simples”, mas pode render inúmeros benefícios para a saúde física ou mental. Melhora a circulação, deixa o pulmão mais eficiente, combate a osteoporose e a diabetes, deixa o cérebro mais saudável, ajuda a emagrecer e, entre tantos outros pontos positivos, pode ser uma excelente maneira de afastar a depressão. E, na terra de Teresa, localidades nas zonas urbanas e rurais oferecem roteiros para todo o tipo de público, caminhos que podem ser percorridos em qualquer época do ano. Faça chuva ou faça sol, aproveitar um dia gastando a sola do seu tênis ou bota pode representar bons anos de vida saudável e recheada de memórias para quando realmente tiver que trocar as atividades físicas pela estagnação.

Entre Segundo e Terceiro Distritos, conectando a RJ-130 a BR-116, por exemplo, são muitos estradões cercados de montanhas, plantações e populações que ainda vivem em ritmo bem diferente dos grandes centros. Duas boas opções são: 1 – Entrar nas proximidades do km 22 da Teresópolis-Friburgo, em Campanha, e sair em Campo Limpo ou Ponte Nova, passando em ambos os casos por Sebastiana. 2 – Pouco depois de Bonsucesso, entrar à esquerda, subir o “Rancho Velho”, cruzar Gamboa e sair em Serra do Capim. Nos dois casos, são pouco mais de 20 quilômetros de caminhada.

Volta da Porteirinha
No último fim de semana, eu, Louise Pedroso e Susana Medeiros, do Centro Excursionista Teresopolitano (CET), fizemos um roteiro batizado de “Volta da Porteirinha”. Saímos do bairro da Posse, passamos em frente a sede Tartaruga do PNMMT, seguimos em direção a Córrego dos Príncipes e pegamos a Trilha da Porteirinha (daí o nome), um antigo caminho usado por motoqueiros, saindo na Estrada Rincão do Vovô, no Arrieiro, subindo por ela até a grande descida em direção a Posse novamente. Foram 18 quilômetros e aproximadamente 800 metros de altimetria acumulada. Nesse caso, pegamos um trecho de montanha e fragmento florestal.

Caminhos do mundo
Além de manter saúde física e mental em dia, essas atividades podem inspirar você a correr, ou melhor, caminhar, o mundo. O Caminho de Santiago de Compostela, na Europa, é a rota de peregrinação mais antiga, famosa e cobiçada pelos caminhantes. Mas, caso ainda não esteja preparado financeira e fisicamente, que tal percorrer o Caminho da Fé? A rota que tem início em Águas da Prata e termina na Basílica de Aparecida, em São Paulo, passando ainda por terras mineiras nos seus 320 quilômetros de extensão.

Devagar e sempre
Não comece logo com grandes distâncias. Vá melhorando seu condicionamento físico aos poucos para que a atividade seja prazerosa e lhe inspire sempre a continuar em frente – no lugar de guardar lembranças ruins e desestimulantes.

Equipe-se
Outras dicas são se preocupar com a alimentação, hidratação e bons equipamentos. Mas não se assuste. Caminhar tem baixo custo, afinal é uma das práticas mais antigas do homem. Logicamente, quanto melhor o calçado, as roupas e outros acessórios, mais fácil ficará a atividade. Se não puder fizer um bom investimento de cara, vá com o que você tiver de melhor. Depois, aos poucos, busque aperfeiçoar esses quesitos e aposto que entenderá que valeu a pena cada Real investido.

Orientação
Caso ainda não conheça as estradas teresopolitanas, hoje há vários aplicativos de fácil manuseio onde os praticantes salvam suas rotas e você pode segui-las sem o receio de se perder. Eu utilizo o Strava e o Wikiloc. No caso dos estradões, muito provavelmente sempre haverá alguém que poderá lhe ajudar na orientação. Afinal, como dizem os antigos, “quem tem boca vai a Roma”. Para saber mais sobre esses e outros roteiros, acesse o Instagram @mochileiro_marcello