A etapa entre Frómista e León havia sido bem desgastante. Não pelos 120 quilômetros pedalados, visto que tinha me preparado fisicamente para tal e, além disso, as condições em relação a altimetria eram bem favoráveis: quase tudo plano, atravessando a etapa final da famosa meseta central espanhola. Porém, o sol forte durante todo o dia e a singularidade da maior parte do terreno foram determinantes para um dia mais do que intenso. Concluí a etapa no final da tarde, já tendo reservado albergue via site especailizado – estava preocupado com a situação vivida em Burgos, pois sabia que seria um longo dia e que poderia ser um complicante ter que esticar a quilometragem se não encontrasse hospedagem. Aliás, depois da partida em Saint Jean Pied de Port essa foi a única vez que fiz reserva. Bicicleta guardada no depósito do hostel, hora de procurar um “menu peregrino” e conhecer um pouco Léon.

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Hostal Parador San Marcos: No filme “The Way”, é o local onde o personagem principal encontra sua conexão com os companheiros de viagem e resolve proporcionar uma noite com grande confortável para os peregrinos
Reencontrei o Katê Takai, o paulista do “vai Corinthians” que havia conhecido em Frómista, que fazia o Caminho de Santiago de Compostela a pé. Jantamos juntos. Para minha surpresa, também estava nessa cidade outro amigo de São Paulo que havia encontrado dias antes, o André Luís, de Jundiaí. Fizemos roteiros diferentes, pois ele estava com mais pressa de chegar ao destino final por conta do dia do seu voo, mas acabou percebendo que o tempo seria suficiente. Dessa forma, faríamos mais duas importantes etapas em parceria, como descreverei nos capítulos a seguir.

Catedral de Santa María de Regla, impressionante templo católico inaugurado em 1205 em estilo gótico clássico. Suas torres tem mesma altura da Catedral de Notre Dame, em Paris
Devido ao horário que cheguei, não consegui passar além da praça da Catedral de Santa María de Regla, bem próxima ao meu hostel. O impressionante templo católico foi inaugurado em 1205 e tem estilo gótico clássico. Suas torres de quase 70 metros tem mesma altura da Catedral de Notre Dame, em Paris. No espaço onde está localizada foi instalada uma grande sinalização com o nome da cidade, ponto obrigatório para registro fotográfico dos turistas.

Antonio Gaudí – que tem outra obra de grande destaque na cidade seguinte da rota francesa, Astorga

Como sabia que a etapa seguinte seria bem tranquila em relação à distância e altimetria, não tive pressa para me despedir de León, usando a primeira parte da manhã para admirar a Casa Botines, localizada na praça San Marcelo. Construído de 1892 a 1893, o prédio hoje abriga um museu em homenagem ao seu criador, o arquiteto catalão Antonio Gaudí – que tem outra obra de grande destaque na cidade seguinte da rota francesa, Astorga. Ainda em León, outra impactante edificação é o mosteiro-hospital de San Marcos, um dos monumentos mais relevantes do renascimento espanhol e que atualmente funciona como um hotel de luxo, o Hostal Parador San Marcos. No filme “The Way”, a mais popular e bonita produção do sobre o Caminho, é o local onde o personagem principal encontra sua conexão com os companheiros de viagem e resolve proporcionar uma noite com grande confortável para os peregrinos.
Hoje falaria ainda sobre a chegada a Astorga, o simbolismo da Cruz de Ferro e o castelo templário de Ponferrada. Porém, devido à edição especial pelos 128 anos da nossa linda Teresópolis, fico por aqui. Na próxima semana, abro mais um capítulo do meu diário de viagem pela milenar rota de peregrinação. O Projeto “Teresópolis no Caminho de Santiago de Compostela” teve o apoio da Trilhas & Rumos, Cycle São Cristóvão, Loja Topspin, Corpo & Ação e jornal O Diário.

Na praça San Marcelo fica a Casa Botines. Construído de 1892 a 1893, o prédio hoje abriga um museu em homenagem ao seu criador