Luiz Bandeira
A Casa da Inovação Estrada de Ferro Therezópolis, inaugurada em setembro do ano passado na Rua Beira-Linha 329, no bairro Beira-Linha, oferece aulas práticas com instrutores qualificados e preparados pedagogicamente, disponibilizando o que há de mais avançado no ensino de tecnologia. E agora os alunos da Casa da Inovação vão participar de uma pesquisa em uma parcela do universo para encontrar asteroides. Nesta terça-feira, 21, a reportagem do jornal O Diário e Diário TV esteve no espaço de tecnologia e inovação para saber sobre essas novidades e o que os jovens estão achando da novidade.
O local é um centro tecnológico de educação para a promoção e desenvolvimento de habilidades computacionais e culturais, prezando sempre pela inclusão de crianças, jovens e adolescentes estudantes dos ensinos fundamental e médio e, também os idosos, visando o seu protagonismo digital. No espaço são oferecidos cursos de qualificação, voltados a atendendo demanda crescente por melhores oportunidades no mercado de trabalho. A Casa de Inovação está com inscrições abertas para vários cursos, como de Programação em games, Introdução à robótica, Criação de aplicativos, Digital Influencer e Inclusão digital para a melhor idade 60+, além do ensino da história municipal. Os cursos são totalmente gratuitos e para os moradores de qualquer bairro da cidade.
A coordenadora administrativa Fernanda Oliveira falou sobre os novos cursos oferecidos agora. “A Casa da Inovação tem a missão de oferecer cursos tecnológicos, mas agora acrescenta uma proposta diferente, entendemos que a tecnologia é importante, mas não podemos esquecer a cultura, então a gente agora também está com o projeto de uma orquestra com instrumentos de materiais recicláveis. Nós também introduzimos agora o ensino de Teresópolis, então além de cursos tecnológicos os nossos alunos vão conhecer também um pouco mais sobre a história da nossa cidade”, detalha.
De olho nos asteroides
A pesquisa mundial “Caça aos Asteroides” é um projeto para que pessoas comuns ajudem a NASA – Agencia espacial Norte Americana – a catalogar os asteroides existentes no cinturão entre os planetas do nosso sistema solar, Marte e Júpiter, e consigam prever se algum deles representa ameaça ao planeja. Ano passado uma jovem brasileira ficou famosa por descobrir um asteroide que infelizmente pode colidir com a Terra. A ideia dos coordenadores da Casa da Inovação é que teresopolitanos sejam apresentados à astronomia e participem desse projeto que tem visibilidade nacional, para que recebam certificados da NASA. O MCTI – Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação – faz uma premiação no final do ano para todos os jovens participantes.
Regina Fechó é uma parceira da Casa da Inovação e foi quem propôs aos alunos da Casa da Inovação participar da pesquisa. “Essa é uma pesquisa que já existe com a NASA em parceria com o IASC – International Astronomical Search Collaboration – (Programa internacional de colaboração de pesquisa astronômica). No Brasil o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação abraçou isso para incentivar os jovens. Teresópolis ainda não tinha participado então esse é o primeiro time daqui, representado pela Casa da Inovação pelos jovens aqui da Beira-Linha. E a ideia é descobrir quais são os asteroides que podem representar algum tipo de ameaça ao planeta Terra, localizados ali no cinturão de asteroides que tem ali entre Marte e Júpiter”.
Regina lembrou também o caso da jovem brasileira que se envolveu com a pesquisa durante a pandemia de Covid-19, descobrindo vários asteroides e ganhando com isso projeção internacional. “A gente tem o caso da Verena, que ficou famosa depois de ter descoberto 70 asteroides durante a pandemia, destes 70, 25 eram realmente descobertas dela e um representava uma ameaça ao planeta. A ideia é que esses jovens possam participar, descobrindo asteroides novos e dar o nome para a descoberta, porque quem descobre uma novidade tem o direito de nomear e no final do ano tem uma cerimônia em Brasília com diploma da NASA, com medalha, pra incentivar o trabalho dessas crianças, e é uma colaboração científica verdadeira, para ajudar nosso planeta, ajudar a gente a se proteger”, detalha Fechó.
Participação
A ideia da Casa da Inovação é incluir toda a sociedade em projetos educacionais voltados para o conhecimento da tecnologia através da informática, por tanto todos são bem vindos, inclusive crianças e adolescentes que tenham limitações físicas, cognitivas ou comportamentais, caso, por exemplo, dos portadores do transtorno do espectro autista. Uma das alunas que mais vem se destacando é a jovem Karen Quintanilha que possui certo grau de autismo, mas que não lhe limita na participação desta pesquisa. Karen falou com nossa equipe sobre sua participação na pesquisa. “Eu pretendo ser veterinária, mas provavelmente vou fazer algumas coisas com essa tecnologia que estou aprendendo aqui. Tudo hoje em dia tem tecnologia, então eu vou, em algum momento, ter que usar isso quando eu crescer, então é sempre bom estar atualizado. Eu tenho curiosidade com o que acontece no espaço principalmente sobre os planetas, eles são sempre tão misteriosos, a gente nunca vai saber realmente o quê que tem dentro deles”, frisou Karen.
Até o momento ninguém de Teresópolis havia incentivado os jovens da cidade em pesquisas astronômicas. A ideia é que teresopolitanos sejam apresentados à astronomia e participem desse projeto que tem visibilidade nacional, para que recebam certificados da NASA e, quem sabe, dependendo do resultado, consigam o mesmo sucesso da jovem Verena que foi matéria na Revista Forbes, recepcionada na ONU e ganhou realizou várias viagens aos EUA.
Segundo Regina Fechó a pesquisa já começou, “vai durar o mês de março inteiro, vão vir outras edições ainda esse ano. Se alguém se animar, se alguém quiser participar também terão outras edições e é a chance de um jovem da Beira-Linha, de escola pública, da Casa da Inovação conseguir, de repente abrir as portas para o futuro”, pontuou a parceira da Casa da Inovação.