Wanderley Peres
Eleito deputado federal por um voto de diferença em 1998, depois de ter sido vereador eleito por duas vezes, em 1988 e 1992 e eleito deputado estadual, em 1994, o médico Luiz Ribeiro deu entrevista ao programa Hélio Carracena nesta segunda-feira, 14. Candidato outras quatro vezes, duas a deputado e duas a prefeito, ambas com ótima votação, embora não tenha sido eleito na metade das eleições que participou, o político estava acompanhando a esposa, Doutora Afaf, eleita vice-prefeita no primeiro domingo deste mês, aguardando a diplomação e a posse, ao lado do prefeito eleito Leonardo.
Candidata a deputada estadual uma vez, Afaf não ganhou. Não ganhou também quando foi candidata a vice de Celso Dalmaso em 2000. Mas, candidata a vice-prefeita outras três vezes, se elegeu, agora, com Leonardo, e com o prefeito Roberto Petto em 2004 e com o prefeito Tricano em 1996, quando assumiu por breve período, entre janeiro e junho de 1998.
“Nos seis meses que fiquei na Prefeitura, o Luiz me ajudou muito, porque era deputado, e é muito importante termos um deputado da cidade para trazer as emendas e lutar pelos investimentos necessários”, lembrou Afaf, logo reconhecendo a importância do engajamento dos candidatos a vereador da chapa, da cidade e do interior. “Os candidatos a vereador que o Leo reuniu, todos com adesivos dobrados, levando a imagem do prefeito, isso foi fundamental, e o grupo que trabalhou na organização da campanha estava muito afinado e interessado pelo resultado”.
Observando que Leonardo e Afaf não são prefeito e vice-prefeita de um grupo de pessoas, ou apenas das ideias que pregaram na campanha, e sim de todos os teresopolitanos, equacionando os pensamentos de todos numa direção única, do progresso da cidade, Luiz Ribeiro disse que Teresópolis terá um prefeito de todos, finalmente. “Leonardo e Afaf serão os governantes de todos, porque a campanha acabou, e a divisão que a campanha promove precisa ser desfeita, todos se unindo no governo por uma cidade melhor. Os dois estão preparados, e estão acreditando muito no que pretendem fazer, por isso toda ajuda será necessária. Antes, tinha gente que cuidava de um grupo de pessoas, ou governava para eles mesmos e seus interesses, e isso acabou, porque o novo governo será para cuidar de gente, porque será gente cuidando de gente, como dissemos na campanha”.
DIGRESSÃO AO INTERIOR
Luiz Ribeiro lembrou na entrevista a sua campanha pelo interior esse ano, maior até que a que fez quando foi o candidato, agradecendo pela forma como foi recebido. “Um dizia operou minha mãe, outro salvou minha tia. Foi gratificando ouvir esse reconhecimento. Só reclamo de ter engordado uns dois quilos, porque tomava café com bolo a toda hora”, brincou, contando que não se pode negar ao agrado porque uma conta para a outra e a atenção tem que ser por igual. “Não pode fazer desfeita, e tive que repetir a dose várias vezes, porque entrei em todas as casas onde fui e onde as pessoas me conheciam como médico ou como político. Foi muito bom ser lembrado como o deputado que conseguiu a recuperação da antiga estrada chamada da morte, que o povo não esqueceu do nosso empenho para a reforma, tão importante porque é onde se escoa a nossa produção, servindo muito bem para ligar a cidade ao interior e para o turismo”.
NOVAS LIDERANÇAS
“Essa eleição foi eliminando lideranças antigas, e vem aí uma juventude interessante”, disse, reconhecendo na candidata Larissa Rezende enorme potencial, se impressionando com a sua capacidade em vários assuntos, sendo uma revelação entre os jovens que percebeu envolvidos com a política esse ano.
POSSÍVEL CANDIDATURA
Se será candidato a deputado, Luiz Ribeiro disse que não tem interesse, nem pretende participar do governo. “Minha rotina voltou ao normal, levantar as 4 da manhã para ir trabalhar no hospital. Se precisarem de mim, vou estar à disposição. Mas, hoje, minha decisão é não. Se, por acaso, for importante para a cidade ou o governo, se for um chamado, aí é diferente, mas em princípio não pretendo ser candidato”.
EXPECTATIVA DA VICE
“Sobre as carências da cidade, e o que pode fazer para ajudar na transformação de Teresópolis, a vice-prefeita eleita Afaf Ribeiro disse que serão quatro anos de muito trabalho, e a recompensa desse trabalho para ajudar. “O Leo tem muito conhecimento da cidade, e uma relação muito forte com as lideranças políticas. Vamos ter um orgulho ainda maior de dizer que somos de Teresópolis, porque a cidade vai ser transformada”.
AS PESQUISAS DA ELEIÇÃO
“As primeiras pesquisas mostravam o Tricano na frente, mas a reação em forma de campanha aguerrida fez essa previsão mudar. Cada voto foi importante, e não votar é o que não pode, porque aí o risco de o pior ganhar é maior. A nossa participação foi buscar os votos no interior, e não foi tão difícil porque as propostas do Leonardo se mostraram fundamentais, porque todos querem o hospital, todos querem que a qualidade de vida melhore nas servidões e vielas, todos querem a creche da mãe trabalhadora, que será no centro da cidade, e todos querem a casa para as crianças neuro-atípicas que ele vai fazer muito em breve na Granja Guarani”.
HOSPITAL MUNICIPAL
“Quando a Upa foi criada, era para resolver o problema em apenas dois dias, e a saúde piorou. O sonho do hospital já era acalentado pela Afaf, que comprou o prédio da Hoechst no governo de 6 meses para isso, e o hospital seria construído lá. Agora, voltamos a sonhar com essa conquista e ela vai se tornar realidade”.
VOTO DO INTERIOR
“Temos duas Teresópolis, a que a gente vê no nosso dia a dia e a que para se enxergar precisa ir longe, em locais distantes, sem ônibus, em estradas esburacadas, e onde falta a mais básica atenção da Prefeitura. O interior está abandonado e a agricultura passa por dificuldades por não ter estradas e condições de escoar as mercadorias. Por isso, por acreditar num candidato que prometia o que mais se precisa, o interior sofrido decidiu a eleição”.
O CONVITE PARA VICE
“A primeira vez que o Leonardo me chamou para compor a chapa, eu agradeci e não me interessei muito, porque precisava fazer um chekup da saúde, e avaliei bem se deveria ou não enfrentar outra candidatura. Pouco depois, quando o Leonardo me procurou, antes de me convidar, falou do compromisso de construir um hospital, e logo me decidi a aceitar o convite, quando fizesse”.
UM VOTO APENAS
Sobre a eleição por um voto, Afaf contou que não contava com a vitória, depois de um certo momento da apuração, que era demorada, então decidiram viajar, para a casa de praia da família, em São Pedro da Aldeia. E estava lá no quintal, limpando o jardim, quando o telefone tocou e era o governador Marcello Alencar. “- Chama o deputado para eu dar os parabéns, disse o governador. Foi como eu e o Luiz soubemos que havíamos ganhado a eleição. No dia seguinte, voltamos, e foi aquela festa toda, com o pessoal recebendo a gente no Soberbo”.
NÃO PERDI POR 22 VOTOS
Sobre o resultado da eleição extemporânea, em 2018, quando fez 24.478 votos contra os 25.000 que deu a vitória ao Vinícius, Luiz Ribeiro disse que não foi de 22 votos a diferença e sim de apenas 11 votos. “Porque se onze que votaram nele votasse em mim terminaríamos empatado e a minha condição de mais velho me daria a eleição. E essa eleição de 2024, também apertada, mostra o quanto é importante cada voto a mais conquistado quando se está em campanha, e de agradar com atenção mesmo fora dela”.
ALVARO VALE
“Quando o deputado Álvaro vale perdeu a eleição por um voto, lembro que ele disse que ganhar ou perder por um voto é questão de destino e que deve ter se esquecido de cumprimentar o porteiro aquele dia, porque faria o voto a mais, e ganharia a eleição, porque tinha mais idade que eu, por isso não deixo de cumprimentar ninguém que encontro. Álvaro Valle era o comandante do PL, com programa diário na televisão, muito culto, e admirado como deputado da educação. Ganhar dele não teve sabor especial, só me deu a obrigação de ser um bom deputado federal, o que considero que fui”.
HOSPITAL MUNICIPAL
“Teresópolis precisa de 88 UBS, e temos apenas 12. Todo município do porte do nosso tem hospital municipal e a gente não. A vitória de Leonardo é a vitória da cidade porque vamos ter o hospital municipal, primeiro com a ampliação do Cemusa, onde teremos leitos em quantidade para suprir a nossa necessidade, para ninguém ter mais que ser transportado para outra cidade, e porque o grande hospital será erguido, em local mais adequado, e antes mesmo de tomar posse o prefeito eleito já está conversando com os deputados e senadores para arranjar esses recursos, e vai brigar para ter os recursos para abrir o atendimento”.