André Oliveira
A sessão ordinária da Câmara Municipal realizada nesta quinta-feira, 22, teve como destaque a leitura em plenário da notificação encaminhada ao Prefeito Mario Tricano, marcando para a próxima terça-feira, 27, a data do julgamento final do relatório apresentado pela Comissão Processante instaurada contra o chefe do Executivo. Tricano é acusado de irregularidades na gestão de verbas do Fundo Previdenciário dos servidores municipais, Tereprev.
Todos os vereadores compareceram à reunião ordinária desta quinta-feira, 22, conduzida pelo presidente da Mesa Diretora, Pedro Gil (PP). Na abertura, procedimentos regimentares como leitura de editais, apresentação de requerimentos e leitura de pareceres. Depois vieram os requerimentos como nova avalanche de pedidos de informação encaminhados à Prefeitura. Os questionamentos da vez são sobre a administração dos cemitérios, reforma de escolas, contratação de maquinários, coleta domiciliar de lixo, estudos sobre sistema de águas e esgotos, aquisição de varas de aço por licitação, alimentação escolar e aquisição de uniformes escolares.
Rotina
Houve tempo também para apresentações de moções, onde vereadores pedem de tudo ao Executivo, desde construção de abrigos de ônibus, passando por limpeza de rua, construção de quebra molas, instalação de braços de luz até assuntos mais relevantes, como por exemplo, a solicitação para que a Prefeitura encaminhe à Câmara o processo administrativo que autoriza o uso de aplicativo utilizado pela frota de táxis da cidade. A qualidade da merenda escolar servida as criança atendidas pelas escolas da rede municipal também foi tema de discursos.
A vereadora Claudia Lauand (PP), aproveitou a aprovação de uma moção solicitando a criação de uma central 0800 de orientação aos pacientes para destacar o avanço da Febre Amarela em Teresópolis. A médica lembrou a importância da busca pela vacinação.
Após uma rápida suspensão dos trabalhos em plenário, os vereadores retomaram os trabalhos com a leitura da notificação encaminhada ao Prefeito Mario Tricano, comunicando dia e hora da sessão onde será julgado o relatório da Comissão Processante. Em seguida, vários vereadores utilizaram o parlamento para comentar a decisão da Justiça que permitiu a realização do Julgamento.
“Trabalhamos com imparcialidade”
Presidente da Comissão Processante que acusa Tricano de cometer irregularidades na gestão de verbas da Tereprev – mesmo crime que culminou no afastamento de Arlei Rosa – o vereador Tenente Jaime (PTB) comemora a lisura e a integridade do trabalho realizado pelo grupo. “Nós fizemos um trabalho ao longo de 60 dias todo dentro da lei, seguindo rigorosamente os prazos e ouvindo testemunhas. O denunciado não apresentou defesa, mas isso não interferiu no decorrer do processo”, detalha. Jaime lembra que os trabalhos foram temporariamente interrompidos enquanto o recurso de Tricano era apreciado no Tribunal de Justiça do Rio e que algo, com a devida apreciação e autorização por parte do Judiciário, o trabalho segue suas tramitações normais. “Nós fizemos a notificação do denunciado, que já tem ciência, de que no dia 27 estaremos aqui para o julgamento final, encerrando os trabalhos da Processante. Ficamos felizes em saber que foi um processo feito com seriedade e trabalhado com imparcialidade, conforme prevê a Lei, dando o devido valor a essa Comissão Processante que enfrentou desconfiança de muitos de que não chegaria ao final”, finaliza.
Sem opinião formada
Outro que falou sobre o agendamento do julgamento de Tricano na Câmara foi o vereador Professor Leonardo (PMDB)
“A Justiça deliberou para que o processo continue e agora o papel do plenário é analisar. Vamos receber o relatório da Comissão para estudar os documentos. Ainda não tenho opinião formada. Quero ler, verificar e tenho até terça-feira para formar uma posição, um raciocínio de acordo”, conta. “Esse pode ser um momento de consagração ou de mudança de rumo para a cidade. Não sabemos o que vai acontecer no plenário, mas de fato pela terceira vez existe a eminência de mais um conflito político na cidade” reconhece.
Já o vereador Maurício Lopes (PHS), que presidiu a Mesa Diretora da Câmara que cassou Arlei Rosa, reconhece que o momento é delicado para o município. “Na verdade é um momento muito ruim para a nossa cidade. Infelizmente passaram gestores por aqui que deixaram a desejar e o povo pagou um preço alto. Agora, na próxima terça-feira, autorizados pelo Poder Judiciário, teremos aqui o julgamento dessa Comissão Processante que se respaldou em todas as leis, prazos, dentro do processo legal”, comenta. “Quero aproveitar o espaço para convocar a população a estar presente, é muito importante a participação popular nesse momento, acompanhando de perto, olhando nos olhos do vereador que você votou para ver qual o posicionamento de cada um”, convoca.