No início desta semana, mais uma vez as redes sociais foram “tomadas” por imagens de cavalos soltos na região do bairro do Alto, registros destacando maus tratos aos animais e riscos de acidentes para motoristas, visto que eles estavam cruzando diversas vias com grande movimentação. Incômoda, a situação não é novidade em Teresópolis. Há anos o fato é reclamado ao poder público, mas nem sequer campanhas de conscientização com os proprietários são realizadas – visto que o município assume a incapacidade em recolher e dar destinação correta aos bichos. Também não é algo novo a informação que boa parte desses cavalos é explorada nos fins de semana, para passeios com turistas, e, “nos dias que não tem utilidade”, solta em via pública para se alimentar de grama ou qualquer coisa que encontrar pelas calçadas. Nesta terça-feira pela manhã, por exemplo, a reportagem do jornal O Diário e Diário TV flagrou um cavalo comendo lixo na Rua Augusto dos Anjos, em 40 Casas, mesmo local que, em novembro do ano passado, havíamos encontrado outro exemplar solto e com grande machucado em uma das orelhas.
O Diário publicou em sua página na rede social Facebook a imagem de dois deles, vistos pastando em gramado ao lado da Avenida Oliveira Botelho, no Alto, animais que em seguida ficaram circulando pelas estreitas ruas da Granja Guarani. A publicação teve bastante repercussão, com muitos teresopolitanos se posicionando sobre o tema. “Os que estão na rua soltos têm que notificar os donos, pois tem vários cavalos machucados e magros que nem os donos têm condições de cuidar”, comentou Davi Almeida. “A cidade inteira é picadeiro de cavalos. Além de tudo, provocam acidentes”, completou Clarisse Isnard. “Até acontecer um acidente bem grave. As autoridades não vão tomar conhecimento?”, enfatizou Lucia Oureiro. “Já comuniquei na Prefeitura, mas não tomam atitude.Tenho pena dos animais que ficam catando lixo e no caminho dos loucos no trânsito”, frisou Alessandra Ferreira.
Alto, Granja Guarani, Santa Cecília, Ilha do Caxangá, Cascata Guarani, 40 Casas… São diversos bairros onde a situação acontece há anos e, por diversas vezes, foram registrados problemas para os animais e para os motoristas. O Diário já mostrou um caso onde um cavalo caiu de grande altura, no Caxangá, e precisou ser sacrificado, e outros onde condutores de motocicletas e veículos se machucaram após colisões em vias públicas.
Importante frisar que o Código de Trânsito Brasileiro prevê regras para tráfego de animais em vias públicas e também o que pode ser feito caso o proprietário não mantenha a devida guarda: Caso seja apreendido e não reclamado no prazo de sessenta dias, pode ser leiloado e o recurso obtido destinado ao município. Nesta terça-feira, cobramos novo posicionamento do governo municipal sobre o tema. Porém, não obtivemos nenhuma resposta da Assessoria de Comunicação até o fechamento desta edição.
Promessa de solução
Em novembro do ano passado, quando também era grande o número de cavalos em vias públicas, foi informado que estava sendo implantada no município a Coordenadoria de Proteção e Bem-estar animal (COPBEA), Lei 3.714 de 08/10/18, órgão encarregado por receber e analisar denúncias envolvendo suspeita de maus tratos a animais domésticos. “As denúncias devem ser feitas pelo telefone da Ouvidoria Geral (21 2742-5074) ou pelo aplicativo e-Ouve (Em https://eouve.com.br), sistemas que irão gerar um número de protocolo para acompanhamento pelo denunciante”, divulgou a PMT na ocasião. Atualmente, o recolhimento de animais de grande porte é feita pela Secretaria de Segurança Pública, em atendimento à solicitação de verificação de abandono de animais em via pública, a fim de se evitar danos ao animal e acidentes envolvendo usuários do sistema viário.