Wanderley Peres
Enquanto o prefeito busca a justiça e os bastidores do poder no estado para tirar a Cedae da cidade, colocando empresa escolhida em processo licitatório suspeito e, segundo o Tribunal de Contas eivado de irregularidades, podendo representar “grave dano ao erário” a concretização da licitação feita ao arrepio da lei e dos bons costumes, porque seria “direcionada”, como o TCE também sustentou em ação que aguarda julgamento no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, a Cedae aumentou o contingente de suas equipes em Teresópolis para atender as emergências em decorrências da enchente de terça-feira passada, 31-10, inclusive ajudando a limpar as calçadas do centro da cidade, tirando a lama até do paço municipal.
Entre os diversos reparos feitos na rede de abastecimento, consertos rápidos e sem grande transtorno no fornecimento de água, que segue normal porque as estações de captação e de tratamento não sofreram avarias, em Venda Nova, a enchente estourou a tubulação e o serviço que deveria ficar pronto em 48 horas deve demorar o dobro de tempo, ainda mais dois dias, devendo voltar o abastecimento de água somente no sábado.
Como nas enchentes anteriores, a ação da Cedae ocorre no momento em que as notícias são as mais desfavoráveis para a empresa. Além de correr o risco de ser tomada de assalto pela empresa que “ganhou” a licitação dois meses atrás, em 25 de agosto, sendo a única participante do certame e tendo influenciado na direção do edital, episódios que estão denunciados em ação na Justiça, com suspeitas até mesmo em relação ao Conselho Municipal de Defesa do Meio Ambiente, onde conselheiros que fiscalizam e aprovam a utilização de recursos teriam sido premiados com a aprovação de projetos apresentados por eles mesmos, sabendo-se, até, de conselheiro que vendeu serviços ao grupo que “ganhou” a licitação da água de Teresópolis, a Cedae teve que vir a público, em Nota Oficial, no início da noite desta quinta-feira, 2, para desmentir que estava deixando a cidade. A desinformação nas redes sociais se justifica na rapidez das decisões envolvendo a água na Justiça, valendo determinações que colocariam em risco até mesmo o abastecimento de água, e deixando de valer a medida horas depois.
“Em função de algumas notícias incorretas que estão circulando em algumas redes sociais e em função da sua obrigação de informar a população de forma transparente, a Cedae esclarece que não abriu e não vai abrir mão de ser indenizada de forma justa e correta pelos ativos que possui no município de Teresópolis. A companhia não vai interromper suas atividades em Teresópolis no prazo de 48 horas, como determinado em medida judicial obtida pela Prefeitura do município porque recorreu ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro e, em resposta ao Agravo de Instrumento proposto pela Cedae, o desembargador Carlos José Martins Gomes suspendeu os efeitos da decisão anterior”, diz a Cedae, que aguarda o julgamento do processo na Justiça enquanto a Agenersa, em decorrência da sua competência legal, decidirá sobre o valor da indenização devida, mas ainda concluiu a análise”.