Nesta quinta-feira, 03, a comunidade católica celebrou o Corpus Christi. A data, que sempre cai 60 dias após a Páscoa, recorda, segundo a tradição do cristianismo, a instituição da eucaristia pela transformação do pão e vinho no corpo e sangue de Cristo. No Brasil, em decorrência da grande tradição católica, a comemoração da data é acompanhada por algumas práticas que foram consolidadas aqui a partir da influência dos portugueses, como a produção dos tapetes de Corpus Christi, uma prática comum em muitas partes do país e que representam símbolos e cenas importantes da fé católica, como alusão à figura de Cristo, do pão e do cálice. Os tapetes são confeccionados com diferentes produtos, como sal, serragem, borra de café, areia, entre outros. A prática consiste na confecção de representações de cenas bíblicas, objetos devocionais ou simples temas ornamentais sobre as ruas em que a procissão da Eucaristia passa. Devido à pandemia, a tradicional festa da igreja católica para adorar e exaltar Jesus na Eucaristia teve programação improvisada em Teresópolis, sem a tradicional procissão. Uma das principais paróquias do município, a Matriz de Santa Teresa, na Várzea, teve tapetes construídos por voluntários da comunidade nas primeiras horas da manhã e missas, com público reduzido e colocação de cadeiras no lado externo do templo religioso.
Na maioria das paróquias na Diocese de Petrópolis, formada pelos municípios de Magé, Petrópolis, Guapimirim, São José do Vale do Rio Preto, Teresópolis, Areal e ainda Bemposta (Três Rios) e Inconfidência (Paraíba do Sul), em preparação a festa de Corpus Christi aconteceu tríduo de oração tendo como tema central a eucaristia. Em Petrópolis, onde fica a sede da Diocese, não houve preparação dos tradicionais tapetes, substituídos por missas e carreata com o Santíssimo em algumas paróquias. Na Catedral São Pedro de Alcântara, a missa solene foi presidida pelo bispo diocesano, Dom Gregório Paixão, OSB.
A tradição dos tapetes
Os tapetes de Corpus Christi são uma tradição católica popular, que é comum em várias cidades do Brasil e Portugal, sendo confeccionados durante a celebração do dia de Corpus Christi. A prática, surgida em Portugal e posteriormente difundida no Brasil durante o período colonizatório,[ consiste na confecção de representações de cenas bíblicas, objetos devocionais ou simples temas ornamentais sobre as ruas em que a procissão da Eucaristia passa, o de mais costume, são desenhos que fazem alusão à figura de Cristo, do pão e do cálice. Nos últimos anos, algumas paróquias vêm substituindo estes materiais, que seriam descartados, por roupas e alimentos que após a procissão se constituirão em cestas para doação, um ato de fraternidade que, de imediato, gera menos resíduo. Seu comprimento varia de acordo com cada cidade ou paróquia, indo desde poucas centenas de metros até alguns quilômetros.
