Em 2006, o estado do Rio de Janeiro possuía cerca de 58,5 mil estabelecimentos agropecuários, que ocupavam uma área de dois milhões de hectares. Destes, 70% estavam fora da Região Metropolitana. Depois de mais de dez anos, o que mudou? Para responder perguntas como essa, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) irá realizar, em todo o país, o Censo Agropecuário, Florestal e Agrícola de 2017, lançado nesta quinta-feira (28) em audiência pública do Fórum de Desenvolvimento Estratégico da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj).“A gente tem a expectativa de verificar entre 60 e 65 mil estabelecimentos desta vez. Em algumas regiões do estado, como a Norte e a Serrana, esperamos constatar essa mudança, o que impacta na produção”, adiantou Alberto Azemiro, coordenador operacional dos Censos do IBGE no Rio de Janeiro.
Euclides Neto, que é chefe da unidade do IBGE no Rio, explicou que a pesquisa, apelidada de Censo Agro 2017, começará a ser feita a partir de segunda-feira, com o objetivo de conhecer as características e a produção de todos os 5,3 milhões de estabelecimentos agropecuários do país. Serão analisadas questões referentes à extração vegetal, aquicultura e à criação de animais e insetos, entre outros. A agência do IBGE em Teresópolis deve ser uma das primeiras a ser visitadas. “Queremos um censo rápido e eficaz, identificando o número máximo de estabelecimentos possível e contando com a ajuda de instituições parceiras, órgãos públicos, cooperativas e sindicatos”, disse, completando que a divulgação dos dados está prevista para junho de 2018. Para o estado do Rio de Janeiro, o levantamento será uma base para a elaboração de novas políticas públicas, como destacou a subdiretora do Fórum, Geiza Rocha. “Essa parceria com o IBGE é muito importante porque vai trazer informações sobre a agropecuária de todo o estado. Isso permite que a gente possa pensar políticas públicas baseadas em dados oficiais”, declarou. Ainda participaram do lançamento os deputados João Peixoto (PSDC) e Paulo Melo (PMDB).
Coleta de dados
A coleta de dados do censo será feita por 26 mil agentes em todo o país e será realizada até fevereiro de 2018. Os analistas irão captar informações relativas ao período de outubro de 2016 a setembro de 2017, relatando as condições da propriedade, dos estoques, da área abrangida e dos trabalhadores contratados, entre outros. Tudo será feito a partir de um questionário digital, que também poderá ser preenchido por meio do site, através de uma senha que será disponibilizada pelo agente ao responsável pelo estabelecimento. No Rio de Janeiro, esse trabalho será feito por uma equipe de mais de 300 pessoas distribuídas em 23 diferentes postos.
Participação dos municípios
Para dar suporte às ações realizadas, cada município terá sua Comissão Municipal de Geografia e Estatística (CMGE), presidida por um membro do IBGE, com a participação de representantes de todos os poderes e da sociedade civil. Caberá a essas comissões validar os resultados dos dados antes da sua divulgação. “Esses grupos servirão para dar suporte à rede de coleta para haver maior conformidade dos dados coletados, evitando discrepâncias e possibilitando maior qualidade do censo”, explicou Euclides.
O prefeito em exercício de Teresópolis, Sandro Dias, disse que a cidade já se prepara para a realização do censo e destacou a importância do trabalho dos municípios. “A gente entende que, às vezes, o meio rural fica escondido e, com isso, acaba perdendo investimento e recursos. Esse é o momento para a gente trabalhar, por meio das comissões, para reconhecer a importância do meio agropecuário no Rio de Janeiro”, declarou o gestor.