Luiz Bandeira
Com o objetivo de levantar dados amplos e confiáveis sobre diversos aspectos da vida dos brasileiros, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) realiza, a cada 10 anos, o censo demográfico. Com dois anos de atraso por causa da pandemia de Covid-19 (em 2020) e falta de recursos (em 2021), já está na fase de conclusão a 13ª edição do levantamento. A previsão é que sejam concluídas entrevistas em 89 milhões de endereços, nos 5.568 municípios brasileiros, além do Distrito Federal e do Distrito Estadual de Fernando de Noronha. Esse levantamento vai definir políticas públicas voltadas para o próprio cidadão. Os agentes censitários estão encontrando certa resistência de algumas pessoas que talvez não entendam a importância da pesquisa. Nesta quinta-feira, 09, a reportagem do jornal O Diário e Diário TV esteve no escritório do IBGE aqui de Teresópolis, no terceiro andar do prédio do INSS, para saber do Coordenador Censitário João Felipe Colonese quando o trabalho de pesquisa no município estará concluído. “O Censo está previsto para acabar agora no final de fevereiro. A equipe aqui de Teresópolis já visitou todos os domicílios, já fizemos todas as passagens nos setores que a gente explicou na última entrevista, agora a gente está no momento só de rechecagem e verificação, pra quê não deixe ninguém sem entrevista, pra que a gente volte naqueles que tivemos problemas com síndicos, com porteiros, casos de recusas e ausências, às vezes a pessoa estava viajando, então a gente volta com esse cuidado pra não deixar nada pra trás”, garantiu o Coordenador.
João Felipe disse ainda que o trabalho só não está concluído devido à recusa de uma pequena parcela da população em receber o recenseador para responder o questionário. “A gente encontra ainda uma resistência ao IBGE, tem a questão do Censo ter acontecido em ano político, as pessoas acham que é pro partido ‘A’ ou pro partido ‘B’. O que eu reforço é que o Censo é uma autarquia federal independente, esse dados são para ajudar a população, esse dados vão basilar todas as políticas públicas por 10 anos”, destacou João Felipe.
Preocupação nacional
A recusa de algumas pessoas em atender o agente censitário é uma preocupação também do governo federal. Esta semana a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, saiu em defesa do importante trabalho do IBGE para o país. “Precisamos entender o que está acontecendo. O IBGE é um patrimônio do Brasil. É o trabalho sério dos seus pesquisadores que nos permite conhecer o Brasil, que nos mostra quem somos, quantos somos, como vivemos. O Censo, por exemplo, funciona como uma fotografia do Brasil”, afirmou a ministra.
Dados divulgados pelo IBGE no dia 2 de fevereiro mostraram que, na média do país, 2,43% das pessoas/domicílios não responderam ao Censo, mas em alguns estados, como São Paulo, esse percentual chega a 4,49%. Tebet lembrou que todo censo passa, depois da coleta de dados, por um trabalho de revisão desde o de 1960, e este não será diferente. “Antes da revisão, o último Censo (2010) revelava que éramos 185,7 milhões. Revisto depois, somamos mais cinco milhões e chegamos a 190,7 milhões de brasileiros”, ponderou.
Trabalho adiantado
O Coordenador Censitário João Felipe disse que aqui em Teresópolis o trabalho está bem adiantado apesar das dificuldades encontradas. “A gente tem a parte de contagem da população e domicílios. Aqui em Teresópolis a questão do domicílio a gente já bateu com sobra, a gente já tem 106% aproximadamente, apontando um crescimento. Isso significa que temos novos prédios, novas casas, mas não necessariamente reflete no número de moradores. Os números estão próximos, a gente já bateu os números de 2010 e a gente está um pouco além”.
João Felipe destacou ainda que “para o empresário, autônomo ou alguém que quer investir em um negócio, esses dados são cruciais, pois ele pode consultar esses dados que se tornarão públicos, e vai poder saber, por exemplo, a renda média em um bairro, a estrutura que te ali de saneamento pra poder direcionar o seu investimento”.
Como contribuir
Para o cidadão que não quer deixar de fazer parte desse importante levantamento, João Felipe indica um telefone gratuito para agendar a entrevista. “O IBGE se prontificou a sanar todas essas dificuldades que vem encontrando e tem o disque 137 onde o morador pode ligar, agendar, passar os dados que eles vão enviar os dados diretamente pra mim e eu vou direcionar a equipe pra ir lá, lembrando que essa entrevista vai poder ser feita por telefone, caso a pessoa se desloque muito por questões de trabalho ou esteja fora da cidade, mas ela vai fazer parte disso. A gente está voltado nisso, na questão de uma recusa a gente pode estar passando isso para o morador porque pode ser feito por telefone ou entrar em contato com o disque 137 e agendar”.