Maria Eduarda Maia
Com a chegada do verão cada vez mais próxima, faltando menos de um mês para o início oficial da estação, no dia 21 de dezembro, aumenta também a preocupação com as chuvas fortes que costumam marcar esse período. Enquanto muitos esperam pelos dias longos e quentes e férias de fim de ano, um novo relatório elaborado pela Secretaria Estadual de Planejamento e Gestão do Estado do Rio de Janeiro (Seplag-RJ), acende um alerta, mostrando que o cenário exige atenção redobrada. O documento, com cinco volumes, lançado recentemente, revela que 83% do território do conjunto de cidades estudadas são de média ou alta suscetibilidade a pelo menos uma dessas ocorrências: deslizamentos, enxurradas ou inundações. Dentro desse levantamento, Teresópolis aparece em quarto lugar dos 30 municípios analisados e escolhidos pelo estado, com 91,87% da área suscetível a desastres provocados por chuvas. Ainda na Região Serrana, Nova Friburgo lidera a lista com 96,31%. Em seguida, estão Bom Jardim (94,32%) e Petrópolis (93,6%).
Ainda segundo o estudo, nessas áreas, há quase 1,7 milhão de domicílios em risco, o equivalente a 60% do total. O município teresopolitano está em 10º lugar, com 68.705 moradias. Petrópolis é detentora da quinta posição, com 134.046, e Nova Friburgo está na sexta colocação, com 95.258. Dentro dos 30 municípios analisados, 239 mil domicílios estão em margens de rio, local que facilita os deslizamentos de terra, por exemplo.

Número de óbitos
Esses temporais podem se transformar em deslizamentos, inundações e enxurradas, resultando – em casos mais graves – em óbitos. Do total de 1.554 mortes em desastres provocados pelas chuvas, entre 2010 e 2023, 1.367 ocorreram em 20 dos 30 municípios estudados. Entre os destaques negativos estão os municípios da Região Serrana: Petrópolis (436 óbitos), Nova Friburgo (420) e Teresópolis (360).
Tragédias na Região Serrana
Vulnerabilidade na Região Serrana é um assunto que traz grandes preocupações devido os terríveis vestígios deixados pela Tragédia de Janeiro de 2011, um evento que continua marcado na memória da população e que ganhou relevância nacional, sendo considerada a maior catástrofe climática já registrada no país. Em Teresópolis, bairros inteiros foram devastados, centenas de pessoas morreram e milhares ficaram desabrigadas. O mais recente desastre na Região Serrana do Rio foi há três anos, em fevereiro de 2022, quando Petrópolis foi atingida por uma chuva volumosa que em poucas horas deixou 242 pessoas mortas e mais de quatro mil desabrigadas ou desalojadas.



O documento lançado recentemente, revela que 83% do território do conjunto de cidades estudadas são de média ou alta suscetibilidade de desastres causados pelas chuvas. Foto: Reprodução
Sobre o estudo
Os 30 municípios analisados no estudo foram escolhidos pelo estado: 29 estão na lista do Atlas Digital de Desastres no Brasil de 2024 — relativo a danos humanos, materiais e prejuízos provocados por chuvas — como os mais suscetíveis do estado; e Cabo Frio foi selecionado pelo histórico de inundações e alagamentos, como os registrados em junho deste ano.









