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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Classificados: golpe do “intermediário” faz várias vítimas em Teresópolis

Estelionatário se passa pelo vendedor e acaba recebendo o valor ou pelo menos um “sinal” para segurar o produto

Marcello Medeiros

É muito golpe! Em 2023, foram registrados, em média, quatro casos de estelionato por dia em Teresópolis. Em 2024, esse número deve ser bem maior. Diariamente, a 110ª Delegacia de Polícia tem recebido um grande número de pessoas relatando algum tipo de prejuízo. E, entre os vários tipos de ataques realizados, um tem se tornado cada vez mais frequente: o do “intermediador” de anúncios de classificados. Os golpistas geralmente usam esse setor das redes sociais, republicando anúncios reais de produtos diversos – geralmente com o preço mais em conta. Quando a pessoa entra em contato com o telefone informado, ele alega que o interessado deve ir a um determinado lugar, onde um parente ou amigo vai mostrar o que está sendo vendido, inventando algum tipo de impedimento para não ir pessoalmente. Em seguida, ele entra em contato com o vendedor real marcando a visita, se passando por um comprador. Mas, para fazer o pagamento, a pessoa interessa já havia sido orientada a dar um sinal ou fazer a transferência do total para uma conta indicada por ele. Quando tenta sair com o item, ela descobre ter sido vítima de um golpe.
Pode parecer estranho e haver necessidade de vários fatores para dar certo, mas esse tipo de estelionato tem ocorrido com bastante frequência e envolvendo tudo que se possa imaginar, desde eletrodomésticos a veículos. Em um dos casos, um homem viu pessoalmente um Fiat Doblô, na Várzea, e fez a transferência de R$ 24 mil. Quando achou que iria sair com seu novo meio de transporte, foi impedido pelo real proprietário. Na última segunda-feira, um morador do bairro do Alto foi vítima de mais um desses bandidos. Ele havia anunciado uma Scooter elétrica por R$ 7.500 e um suposto comprador entrou em contato dizendo para ele retirar o anúncio, pois estava muito interessado e “que uma funcionária iria pessoalmente efetuar a transação”. Tal pessoa, na verdade, era uma mulher que havia feito contato com o pilantra para comprar a moto, tendo feito a transferência de R$ 3.300 “para segurar a moto”. Somente depois de informar ao real proprietário da Scooter “que o pagamento já havia sido feito”, ela descobriu ter caído em uma armação.
A dica da polícia é não fazer nenhum tipo de pagamento, mesmo que um sinal, sem ter certeza que a pessoa que está vendendo o item é realmente o proprietário. Veja pessoalmente, converse com quem está de posse do produto e, somente depois, quite o valor caso tenha interesse em adquiri-lo. De acordo com o setor estatístico do Instituto de Segurança Pública do Estado do Rio de Janeiro (ISP-RJ), entre janeiro e julho de 2024 foram registrados na 110ª DP 757 casos de estelionato. Em todo o ano passado, foram 1.496 vítimas de golpes diversos.

Golpistas geralmente usam setor de classificados das redes sociais, republicando anúncios reais de produtos diversos – mas com o preço mais em conta. Foto: Marcello Medeiros / O Diário
Edição 07/12/2024
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