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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Com 60% do prazo para a entrega da obra gasto, escola bilíngue só ficou 30% pronta

Reforma da escola Acliméa segue o mesmo caminho da obra da Lino Oroña

Wanderley Peres

Os vereadores aprovaram na última sessão da Câmara um pedido de informações ao prefeito e às secretarias de Obras e Serviços Públicos e de Educação sobre o andamento lento das obras da escola municipal Professora Acliméa de Oliveira Nascimento, no bairro São Pedro. A morosidade é preocupante porque já se passou mais de 60% do prazo de 300 dias para a entrega da empreitada contratada em maio passado e apenas cerca de 30% do trabalho ficou pronto, suspeitando os autores do pedido, vereadores Elias Maia, Paulinho Nogueira e Dudu do Resgate, membros da Comissão de Obras Públicas, que o quadro verificado na escola Lino Oroña, que tinha prazo de entrega marcado para novembro do ano passado, poderá se repetir, ficando sem a sua escola, também, os alunos moradores do bairro São Pedro. A preocupação da comissão não é sem motivo. Segundo alegaram os vereadores ao plenário que aprovou o pedido por unanimidade, “o Município não tem prestado informações suficientes para aclarar as dúvidas sobre a obra”, tornando-se imperativo que o poder Legislativo fique atento para que mais uma escola não vá ao chão pela incompetência administrativa do governo.

No pedido, os vereadores querem saber quais medidas estão sendo tomadas para garantir a entrega da obra dentro do prazo contratado, o que é razoável; e a data prevista da finalização dos serviços, e em que dia e mês a escola estará apta a reintegrar seu corpo de alunos, espalhados de forma inconveniente aos alunos e seus pais, o que parece uma utopia, em se tratando do atual prefeito, incapaz de executar, e também de planejar, como já restou provado.

Suspeitando que a obra de andamento lento possa estar com o pagamento ágil, podendo estar sendo paga desproporcionalmente ao rendimento do serviço, como teria ocorrido com a Lino Oroña, os vereadores querem também cópias das notas de empenho do contrato e os pagamentos, e quantos homens estão trabalhando na obra, tudo comprovado em diário de obra. A comissão questionou também a modificação unilateral do Contrato por parte da Administração, visando a troca de dotação orçamentária com a anulação parcial do empenho e expedição de novo empenho no valor de R$ 573.467,07, tendo em conta que a evolução da obra não corresponderia sequer a 30% do seu total.

A promessa da escola, seis meses atrás

Seis meses atrás, em 18 de março, acompanhado de magote de secretários, o prefeito Vinícius Claussen visitou a escola Acliméa Nascimento, no bairro São Pedro, prédio público em boas condições de uso, para anunciar uma reforma e ampliação da unidade de ensino, iniciando o quebra-quebra para uma mudança completa no prédio que sediaria a “primeira unidade pública municipal bilíngue de Teresópolis”, promessa comemorada em selfies e publicações nas redes sociais.

A proposta foi vista com bons olhos, inicialmente. Mas, logo nos primeiros meses, se suspeitou que seria mais uma promessa, entre tantas, afinal o prefeito não cumpre o que promete. Parodiando o prefeito de Sucupira, pode-se dizer que Vinícíus é bom de iniciativa, mas é péssimo de “acabativa”. E são muitos projetos nessa condição, especialmente as reformas de escolas, vide as obras da Hermínia Josetti, na Tijuca e da Maçon Lino Oroña Lema.

A Hermínia Josetti, importante unidade educacional da rede municipal de ensino de Teresópolis principalmente para os alunos moradores da Tijuca, Bom Retiro, Ermitage e outros bairros próximos, está abandonada desde quando o governo municipal decidiu deixar o prédio onde funcionava, ao lado da Igreja de São João Batista, na Rua Yeda, Tijuca devido a necessidade de reforma. Os alunos foram relocados em outro imóvel, porém menor, na mesma Rua Yeda e por ser menor, nem todos os alunos que estavam matriculados ficaram na escola no novo imóvel e foram matriculados em outras unidades escolares. Já a obra de reforma da escola municipal Maçon Lino Oroña Lema, contratada em março de 2022, deveria ter ficado pronta em oito meses, ou seja, em novembro do ano passado. Mas, depois de receber mais do que devia ter feito, e enrolar o prefeito como deu, a empreiteira foi embora da cidade, precisando o governo licitar nova reforma da unidade educacional que está fechada há mais de três anos, por conta da pandemia em 2020 e 2021, durante todo o ano de 2022 por conta das condições precárias em que ficou o prédio e também no corrente ano, de 2023, que já está terminando, enquanto a obra novamente contratada a outro mal começou.

A escola bilíngue

Durante a visita na Acliméa, o prefeito anunciou a iniciativa de promover o ensino da língua inglesa na rede pública municipal. “Será a primeira escola pública municipal de Teresópolis a disponibilizar o ensino em duas línguas, Português e Inglês”, disse Vinicius Claussen, pontuando ainda que a proposta foi apresentada ao Cônsul Geral Britânico Anjoun Noorani e equipe, no final de 2022. A secretária de Educação, Satiele Santos, comentou sobre a escolha da Escola Acliméa como primeira unidade a receber a iniciativa. “É nossa primeira escola em tempo integral do município e traz consigo uma história muito rica de pioneirismo em Educação. Hoje, temos já uma ampliação desse número, com 17 unidades atendendo em tempo integral, mas começou aqui. A ideia de introduzir no ensino municipal a língua inglesa para as crianças dos anos iniciais é uma proposta pedagógica inovadora para a rede pública da cidade”, frisou Satiele, que destinou R$ 3 milhões para a reforma, obra que não ficou 30% pronta e já teve 20% de aditivo.

PROFESSORA ACLIMÉA NASCIMENTO
Matriarca de importante família na cidade, a saudosa professora Acliméa foi tema de desfile no último sábado, empolgando alunos da escola que leva o seu nome, no bairro São Pedro.
Acompanhando o pai funcionário da Estrada de Ferro Central do Brasil, para Teresópolis transferido, veio para cá criança e ficou, se formando na escola Hygino da Silveira, dirigida pela professora Alice Saldanha, e onde começou ao lecionar aos treze anos de idade. Foi dona de colégio, lecionou nas escolas do município e do Estado, foi supervisora da merenda escolar, e por onze anos dirigiu a LBA, entidade do Governo Federal que prestava assistência social, jurídica e médica à população, como fornecimento de documentos, distribuição de agasalhos, alimentos e remédios.
Formou família com Eduardo Pereira do Nascimento e teve um filho apenas, o ex-vereador e deputado Paulo Nascimento, que se casou com Emilce, pais de Denise, Daisy, Márcia, Simone e Eduardo, deixando 11 bisnetos e uma trineta, a pequena Sophia.
Acliméa faleceu em 6 de março de 2001.

LEGENDAS, DE MARÇO DE 2023

Edição 17/05/2024
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