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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Com QI de 147, estudante de Teresópolis entra para o clube dos superdotados

O Diário conhece o pequeno Otto, de nove anos, que desde bebê tem mostrado habilidades excepcionais

Luiz Bandeira

Teresópolis, uma cidade conhecida por abrigar diversos talentos, tem um habitante especial: Otto Mendes, um menino de 9 anos, dono de um QI extraordinário. Nascido em Portugal, Otto se mudou com seus pais teresopolitanos, ainda bebê, para a cidade serrana. Desde muito cedo o menino começou a demonstrar uma incrível capacidade de assimilar conhecimento e desenvolver habilidades excepcionais. Aos dois anos, já lia e escrevia; aos quatro, seu desafio era aprender hebraico; aos cinco, grego e russo. Hoje, ele contabiliza 68 alfabetos conhecidos e apresenta habilidades notáveis, como domínio de linguagens de computação, memória fotográfica, ouvido absoluto e uma habilidade impressionante para resolver contas complexas de cabeça. Ele também consegue descrever a bandeira de todos os países com detalhes precisos.

Aos dois anos, já lia e escrevia; aos quatro, seu desafio era aprender hebraico; aos cinco, grego e russo. Hoje, ele contabiliza 68 alfabetos conhecidos. Foto: Luiz Bandeira / O Diário

A jornada de Otto é, sem dúvida, fascinante, mas também traz à tona os desafios enfrentados pela sua família no processo de desenvolvimento de uma criança com tais habilidades excepcionais. Leandro Mendes, pai de Otto, relembra com emoção os primeiros sinais do talento de seu filho. “Aos dois anos, ele começou a ler palavras nas lojas e na rua. No início, pensamos que era apenas uma memória impressionante, mas logo percebemos que ele estava, de fato, lendo”, conta Leandro. Esse comportamento fora do comum levou a família a investigar mais profundamente as habilidades do garoto e buscar um diagnóstico de superdotação.

Resolver questões rapidamente, números impossíveis? Há bastante tempo isso é fácil para o menino Otto. Foto: Divulgação família

Difícil diagnóstico
No entanto, o diagnóstico não foi simples. Leandro explica que, durante o processo de avaliação, várias possibilidades foram consideradas, como dislexia e hiperlexia. “Foi um processo longo, que levou cerca de quatro anos, até chegarmos à conclusão de que Otto realmente possuía um QI excepcional. Muitas vezes, é difícil diferenciar uma superdotação de outros distúrbios”, explica Leandro, refletindo sobre as dificuldades iniciais.
Além disso, a possibilidade de Otto ter uma “dupla excepcionalidade” – sendo ao mesmo tempo superdotado e tendo algum transtorno do espectro autista – também foi considerada, embora nunca tenha sido confirmado. Leandro destaca que muitas crianças superdotadas enfrentam dificuldades que podem ser confundidas com outras condições, como o autismo leve.

O desafio de criar um superdotado
Leandro faz uma analogia para explicar os desafios de educar Otto: “É como ter uma Ferrari nas mãos, mas não saber dirigir. A superdotação é um grande potencial, mas também traz dificuldades, especialmente na adaptação à vida social e à convivência com outras crianças”. Segundo ele, a criança superdotada precisa de cuidados especiais, tanto para lidar com seu intelecto superior quanto para se integrar ao ambiente escolar de maneira saudável.

Otto, com sua incrível capacidade de absorver conhecimento, tem dificuldades em se conectar com crianças de sua idade, o que torna ainda mais desafiadora a tarefa de garantir que ele tenha uma infância equilibrada e sem pressões indevidas. “A principal missão da nossa família é garantir que Otto se desenvolva de forma plena, respeitando suas necessidades intelectuais, mas também garantindo que ele tenha uma infância feliz”, afirma Leandro.

Leandro Mendes percebendo a dificuldade de muitos pais de superdotados, decidiu escrever um livro retratando sua experiência com o filho Otto. Foto: Luiz Bandeira / O Diário

Livro “O Pai de Gênio”
Com base em sua experiência de oito anos estudando a superdotação e enfrentando as dificuldades de criar um filho com um intelecto tão elevado, Leandro lançou o livro “O Pai de Gênio”. A obra reflete a trajetória de aprendizagem de Leandro, que, diante da escassez de profissionais especializados no Brasil, mergulhou no universo da superdotação para oferecer o melhor suporte possível ao seu filho.

No livro, Leandro compartilha a importância de os pais se manterem atualizados e estudarem a condição de seus filhos. “No Brasil, há poucos profissionais especializados, então é fundamental que os pais busquem o máximo de conhecimento possível para ajudar seus filhos a se desenvolverem”, observa Leandro. A obra tem sido bem recebida pela comunidade de superdotados, que vê nela uma valiosa contribuição para desmistificar a condição e fornecer ferramentas tanto para pais quanto para educadores.

Planejando o futuro de Otto
Atualmente o menino é aluno do Centro Educacional Nossa Senhora de Fátima. O futuro de Otto, como o de qualquer criança superdotada, é incerto, mas Leandro tem uma visão clara: “A principal missão da nossa família é estimular Otto ao máximo, mas sem impor expectativas que possam limitar seu desenvolvimento. O futuro será determinado por ele, e não por nós”. Embora o desejo de ver Otto realizar grandes feitos para a sociedade seja natural, Leandro enfatiza que não é saudável colocar sobre ele a pressão de se tornar uma figura extraordinária. “Muitos superdotados enfrentam o peso de um estereótipo que os obriga a serem algo grandioso. Isso é um erro que queremos evitar”, reflete Leandro.

Dentro da Mensa, a Associação Internacional de Ssuperdotados, Leandro encontrou uma rede de apoio fundamental. “A Mensa nos proporcionou uma troca de experiências rica com outros pais de crianças superdotadas. Isso foi essencial para entender melhor as necessidades do Otto e para aprender a lidar com os desafios de criar um filho tão excepcional”, diz ele.

O jovem também tem “ouvido absoluto”, rapidamente identificando as notas musicais. Foto: Luiz Bandeira / O Diário

Um seleto grupo de pessoas
Leandro também detalha o processo de mensuração da superdotação de Otto, que foi realizada por uma neuropsicóloga especializada. “Otto foi avaliado com um QI de 147 e um percentil de 99, colocando-o entre os indivíduos com maior inteligência do mundo”, explica Leandro. Para ingressar na Mensa, é necessário ter um QI de pelo menos 130 e um percentil de 98. Otto superou esses requisitos, atingindo uma pontuação impressionante. A média do brasileiro é de 87.

Criar Otto não é apenas uma jornada de orgulho, mas também uma caminhada cheia de desafios. Leandro e sua esposa buscam garantir que seu filho tenha a oportunidade de explorar suas habilidades excepcionais, ao mesmo tempo em que vive uma infância equilibrada e saudável. No caminho, a família enfrenta a escassez de profissionais especializados, a pressão social e a necessidade de encontrar soluções personalizadas para educar um menino de intelecto incomum. Contudo, com o apoio de associações como a Mensa e a troca constante de experiências com outros pais, Leandro acredita que Otto está no caminho certo para ser, acima de tudo, uma pessoa feliz. “Nosso papel é ajudá-lo a desenvolver seu potencial sem perder sua essência”, conclui Leandro.

Edição 29/03/2025
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