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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Começa a ação de reflorestamento na Pedra da Tartaruga

Destruída por incêndio, área no Parque Montanhas de Teresópolis irá receber mil espécies nativas

Marcello Medeiros

“Uma sociedade cresce bem quando as pessoas plantam árvores sabendo que não desfrutarão da sua sombra”. O texto de Rick Gervais, na série “After Life”, ilustra bem uma ação que teve início nesta quarta-feira (23) e segue até o próximo sábado (26) no Parque Natural Municipal Montanhas de Teresópolis. Duramente afetado por um incêndio criminoso em meados de setembro, o núcleo Pedra da Tartaruga da unidade de conservação ambiental está recebendo um projeto de voluntariado que tem como objetivo reflorestar boa parte dos 110 hectares destruídos pela irresponsável queimada. “A gente pretende ocupar a área que vem desde a saída da Pedra da Tartaruga até a Pedra do Camelo, onde o fogo foi mais severo, além de trechos da trilha Vidocq Casas. Essas mudas nativas vão ajudar na recuperação dessa área, sabemos que é um processo demorado, mas fundamental. O sistema natural tem o seu tempo de recuperação, mas estamos ajudando nesse processo. Esperamos que venha chuva com abundância para ajudar a dar uma acelerada”, relata o biólogo Vitor Cunha, Chefe do PNMMT.

Serão plantadas aproximadamente mil mudas de espécies nativas. Foto: Juliana Ludwig / O Diário

Ele, outros colegas de trabalho e quem compreende a gravidade da destruição causada pelo incêndio viveram horas de tensão, até que as chamas fossem totalmente controladas. Foi necessário acionar equipes de outros parques e até apoio aéreo do Corpo de Bombeiros. “Ver a dimensão do incêndio, aves fugindo, serpentes mortas, tatus correndo do fogo, nossa biodiversidade sendo perdida, foi triste demais”, pontua o Subchefe do Parque Montanhas, o biólogo Ricardo Mello. Cerca de um mês depois de contabilizado o tamanho da área destruída, a equipe do parque colocou em prática o trabalho de recuperação.

Será reflorestada uma grande área entre as pedras da Tartaruga e Camelo. Foto: Marcello Medeiros / O Diário

“Ficamos com muito receio sobre quais espécies ocupariam essa área, que era de Mata Atlântica e foi destruída, pois essas condições de queimada propiciam o avanço de espécies invasoras, o que seria mais um grande prejuízo para o parque. Por isso selecionamos espécies nativas, residentes, que suportam áreas mais expostas ao sol, ao tempo, como embaúba, ipê amarelo e ingá, entre outras, que vão se proliferar e conseguir impedir que espécies invasoras tomem conta dessa área hoje aberta. Somente nesse primeiro dia foram 250 mudas plantadas e, até sábado, esperamos ultrapassar mil”, destaca Ricardo.

Grupo do projeto Floresta Escola entre os participantes no primeiro dia de ação. Foto: Marcello Medeiros / O Diário

Participação popular
A ação será realizada durante todos os dias, das 8h às 12h. Para participar, a pessoa deve se inscrever através do Instagram @pnm.montanhasdeteresopolis para que a direção da unidade tenha o controle do número de voluntários. As covas para o plantio das mudas já estão abertas para facilitar a etapa seguinte. Entre as dezenas de pessoas que compareceram nesta quarta, destaque para um grupo de crianças do projeto Floresta Escola. Os pequenos gostaram tanto de colocar a mão na massa, ou melhor, na terra, que rapidamente espalharam as pequenas árvores no terreno queimado ao lado da área de camping.
“A gente está falando de uma unidade de conservação ambiental, que é da cidade, que precisa ser valorizada e conhecida por todos os munícipes, de ter essa conexão para ajudar a recuperar uma área. A participação da população dá empoderamento não só da Tartaruga, mas de todo o parque”, reforça Vitor Cunha.

Visitação e atrativos
O Núcleo Tartaruga já foi reaberto ao público, que pode conferir de perto todo o estrago causado pela pesada mão do homem – mas ainda assim sentir o ar puro do local e contemplar a beleza da região. Entre os atrativos, o único que ainda não foi liberado é a Trilha Vidocq Casas, que leva até o mirante de onde se admira perfeitamente o nosso quelônio de pedra. A principal passarela de madeira que dá acesso ao ponto de observação também foi atingida pelas chamas e está sendo reconstruída pela equipe do PNMMT.

Equipe do PNMMT também está recuperando passarelas destruídas na trilha Vidocq Casas. Foto: Marcello Medeiros / O Diário
Voluntariado teve início nesta quarta e segue até o próximo sábado, das 8h às 12h. Foto: Juliana Ludwig / O Diário

Edição 23/11/2024
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