Luiz Bandeira
A Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), autarquia da Administração Pública Federal brasileira, responsável pela autorização, controle e fiscalização dos mercados de seguros, publicou em 13 de agosto, no Diário Oficial da União (DOU), a Circular nº 639, que dispõe sobre regras e critérios para a operação de seguros do grupo automóvel. A nova norma entrou em vigor no dia 1º de setembro e, segundo a SUSEP, simplifica e flexibiliza o seguro auto e visa a inclusão e a ampliação de acesso, promovendo o desenvolvimento do mercado. Nesta quarta-feira, 08, o Corretor de Seguros Antonio Carlos Di Filippo falou com a reportagem do jornal O Diário e Diário TV sobre a circular 639. “O que tem de diferente nessa circular é a acessibilidade pras pessoas que querem fazer o seguro e não tem condições, porque muitas vezes o cara quer fazer o seguro e depara com o preço muito alto, e essa nova circular foi moldada para esse público que quer ter o seu veículo assegurado”, explicou Di Filippo.
O seguro auto é uma das principais modalidades do país, responsável pela arrecadação de R$ 17,43 bilhões em prêmios no primeiro semestre do ano. No entanto, dados do Denatran e da Susep indicam que apenas 16% da frota de veículos no Brasil tinha cobertura de seguros em 2019. O Corretor de seguros também relata que quando começou a pandemia o mercado ficou temoroso, por conta de mudanças nas operações de seguro. Não havia mais, por exemplo, a vistoria presencial e a solução foi virtualizar esses procedimentos. Segundo Di Filippo, isso veio a acrescentar e o mercado respondeu positivamente. “Não houve crescimento, mas houve manutenção do que já tinha”.
Entre as mudanças implementadas pela Autarquia está a possibilidade de o seguro ser contratado sem a identificação exata do veículo. Esta medida, alinhada a práticas internacionais, aumenta, por exemplo, o acesso a motoristas de aplicativos e condutores que já adotam o compartilhamento de automóveis, utilizam carros por assinatura ou alugados. O Corretor explica: “Isso é uma coisa muito interessante, já é praticado lá fora, essa nova circular é feita pra isso, pra pessoa que exerce a atividade de motorista de aplicativo, por exemplo, ele pode ter seu seguro e pode trabalhar com vários veículos, não especificando um veículo determinado, ele vai ter um seguro e esse seguro vai abranger o carro A, B ou C”, pontua.
Melhor cobertura
Outras novidades são a possibilidade de comercialização de coberturas de casco abrangendo, de forma isolada ou combinada, diferentes riscos a que esteja sujeito o veículo segurado. A permissão para estruturação de coberturas de casco de forma parcial, com assunção apenas de parte do risco pela sociedade seguradora, e a exclusão de limite para caracterização de indenização integral permitirão maior diversificação de produtos e preços, atendendo às necessidades e preferências de diferentes consumidores. “Um dos planos colocados pala SUSEP sugere que na perda total vai haver a franquia que era cobrada até então só na perda parcial, então a pessoa faz a opção, quer um seguro mais barato, ele vai pagar uma franquia caso ocorra uma perda total, ou quando quiser um seguro normal então ele vai pagar o preço tradicional e não vai ter franquia no caso de perda total”, explica o Corretor.
Além disso, será possível a contratação de coberturas de responsabilidade civil facultativa, assistência e acidentes pessoais de passageiros vinculadas ao condutor, independentemente de quem seja o proprietário do veículo. Antonio Di Filippo destaca a importância de consultar um Corretor na hora de contratar um seguro. “Uma coisa é muito importante, as pessoas têm que fazer o seguro com o Corretor de Seguros. Por que? Quando você tem um problema na Justiça, quem você procura? Um advogado. Caso você tenha uma doença, você procura um médico e caso você queira fazer seguro, você tem que procurar um Corretor de Seguros para ficar realmente seguro”.
