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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Comerciantes e população discutem reabertura da Rua Francisco Sá ao tráfego de veículos

Movimento cresce com críticas à situação atual da Calçada da Fama, enquanto Prefeitura ainda não se posiciona oficialmente

Luiz Bandeira

Um movimento popular, encabeçado por comerciantes do centro de Teresópolis, vem ganhando força nos últimos meses: a reabertura da Rua Francisco Sá ao tráfego de veículos. O trecho, fechado desde 13 de dezembro de 2003 para dar lugar à Calçada da Fama — criada com a proposta de se tornar um atrativo turístico e cultural —, passou a ser alvo de críticas por conta do abandono, problemas de infraestrutura e impacto negativo no trânsito do centro da cidade.

Rua Francisco Sá antes de ser construída da “Calçada da Fama”

Durante evento na Câmara Municipal, o presidente do Sincomércio, Igor Edelstein, surpreendeu ao anunciar que pretende levar ao prefeito Leonardo Vasconcellos a proposta de reabertura da via. “Na verdade, isso é um grito. A Calçada da Fama é o principal centro comercial da cidade e não pode continuar do jeito que está. Entra gestão, sai gestão, promessas são feitas, projetos são apresentados, mas o que temos hoje é um local em decadência, com falta de manutenção, iluminação, segurança e organização”, afirmou Edelstein, em tom de apelo.

Para o presidente do sindicato, o fechamento da rua contribuiu para o caos no trânsito da região, especialmente no Parque Regadas, que absorveu o fluxo antes direcionado pela Francisco Sá. Ele destaca ainda os acidentes frequentes devido à má conservação do calçamento. “As pessoas se acidentam, tropeçam. Do jeito que está, não dá para continuar. Abrir a via é uma opção. Mas, caso ela continue fechada, que ao menos se crie uma associação que cuide da calçada, que haja manutenção, eventos, apoio da prefeitura e da Câmara. Não podemos mais conviver com o abandono”, completou.


Acidentes e insegurança
Márcio Alexandre, comerciante antigo da Calçada da Fama, compartilha da insatisfação com a atual situação do espaço, embora não concorde com a reabertura para veículos. “Tem um cano sobressalente onde antes havia um orelhão. Já vi uma senhora cair feio ali, tive que socorrer.”, relatou. Apesar disso, Márcio acredita que manter a rua como espaço exclusivo para pedestres ainda é o melhor caminho. “A Calçada da Fama é um diferencial. Os turistas gostam, vêm passear, tirar fotos. Não acho que abrir para carros vá ajudar o comércio. Precisamos de melhorias, sim, mas não necessariamente reabrir a rua”, opinou.

“A Calçada da Fama é um diferencial. Os turistas gostam, vêm passear, tirar fotos. Não acho que abrir para carros vá ajudar o comércio. Precisamos de melhorias, sim, mas não necessariamente reabrir a rua”, opinou Márcio Alexandre, comerciante.

Insegurança jurídica e incertezas
Leandro Carvalho, que administra um dos quiosques da calçada com a família desde 2003, teme pelo futuro do negócio com a possível reabertura da rua. “Se reabrirem, como fica nosso comércio? Não temos contrato com a prefeitura. Já tentamos diversas vezes um posicionamento, mas nunca fomos atendidos. Vivemos disso há mais de 20 anos”, desabafou.

Leandro destaca ainda a insegurança jurídica enfrentada pelos permissionários e a ausência de diálogo do poder público. “Ninguém da prefeitura explicou o que será feito, se haverá compensação, se vamos sair ou continuar. Pagamos impostos, temos clientela, empresa registrada. E agora ficamos no escuro”, afirmou.

“Se reabrirem, como fica nosso comércio? Não temos contrato com a prefeitura. Já tentamos diversas vezes um posicionamento, mas nunca fomos atendidos. Vivemos disso há mais de 20 anos”, desabafou Leandro Carvalho, que administra um dos quiosques da calçada com a família desde 2003

Prefeitura ainda não se manifestou
Apesar da crescente mobilização de comerciantes e da população, até o momento a Prefeitura de Teresópolis não se pronunciou oficialmente sobre a possibilidade de reabertura da Rua Francisco Sá. Uma reunião entre representantes do comércio e o prefeito Leonardo Vasconcellos está prevista, onde o assunto deverá ser tratado formalmente.

Enquanto isso, a cidade segue dividida entre manter a Calçada da Fama como símbolo turístico — ainda que abandonado — ou reverter a via ao seu uso original, como alternativa viária e tentativa de revitalização comercial.

Edição 11/09/2025
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