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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Comunicado da St. Gallen repercute mal e vira questionamento legal

Eventos e memes tomaram as redes sociais nos últimos dias em resposta à política restritiva de utilização da famosa vila cervejeira

Anderson Duarte

Sabe aquela publicação que só uma pequena olhada já é suficiente para saber que vai dar problema? Então, esse foi o caso de um comunicado de restrição de acesso e uso publicado pela Vila St. Gallen esta semana. Segundo o estabelecimento, o objetivo era tornar mais “confortável” a visitação, mas para o grande público que teve acesso ao comunicado soou mesmo como uma grande afronta e desrespeito aos consumidores. Centenas de milhares de compartilhamentos, inúmeros comentários e uma repercussão que provocou uma enxurrada de memes e eventos pelas redes sociais. Além da grande maioria das pessoas terem se sentido afrontadas e desrespeitadas com a medida, muitos levantaram questões quanto a legalidade do ato, ou seja, está de acordo com o que determina o nosso Código de Defesa do Consumidor? 


Diz o comunicado pelas redes sociais da empresa: “Prezado cliente, para sua maior comodidade, vimos comunicar que: não é permitida a entrada de animais (com exceção do guia, conforme lei 11.126 de junho de 2005); não é permitida entrada trajando camisa sem manga ou trajes de banho ou usando chinelos de dedo ou descalço e não recebemos grupos turísticos. Agradecemos sua atenção e a sua compreensão”, explica. Independente da repercussão negativa, quanto à legalidade nossa reportagem apurou que em casos onde os recintos que, por razão de trajes não adequados, impedem a entrada de determinadas pessoas, não existiria violação ao consumidor.
Segundo o CDC, pode sim o estabelecimento definir o tipo de vestuário que deseja. É o caso de proibição de uso de chinelos, camisas de time de futebol, tênis esportivo, bermudas, etc. No entanto, não cabem critérios subjetivos que estão sob avaliação de uma determinada pessoa, pois podem tornar-se discriminatórios. Aquele famoso ato de avaliação pelos promoters na entrada das casas noturnas, o que não parece ser o caso da St. Gallen. A dúvida é comum e são claros os exemplos de práticas em que o consumidor fica exposto e não tem a mínima noção de seus direitos. Mas independente de ser permitida por Lei, a medida restritiva da empresa acabou levantando um movimento contra a própria St. Gallen e diversos clientes se colocam agora como “ex-clientes”. Imediatamente após a grande repercussão, a St. Gallen emitiu nota com explicações.
“Nós, idealizadores da Vila St. Gallen, somos nascidos e criados em Teresópolis. Projetamos o espaço com muito carinho e atenção aos detalhes. Concebemos um cartão postal para nossa bela cidade, gerando empregos e visibilidade para a mesma. Ficamos tristes com a repercussão do post feito no dia 30 e por isso, viemos nos posicionar. Infelizmente, ainda não temos um espaço adequado para seu animal de estimação. Pensando no conforto do seu pet, na segurança de crianças e demais clientes na casa, evitamos a entrada de animais. Vamos, futuramente, estudar um espaço seguro e adequado para que possamos recebê-lo. Com relação aos grupos turísticos, nossa estrutura não permite visitação de grupos maiores que quinze pessoas, que não tenham previamente comunicado a visitação. Essa medida é para atendermos com padrão e qualidade tanto os grupos de visitantes, quanto os clientes que estão na casa. Vamos avaliar algumas sugestões de mecânicas que viabilizem agendamento de visitações. A Vila St. Gallen foi concebida para ser frequentada em todos os momentos, inclusive em ocasiões especiais e datas comemorativas. O nosso intuito com a restrição dos trajes foi atendendo a feedbacks recebidos por alguns de nossos clientes. Agradecemos pela compreensão e pelos comentários de todos. A opinião de cada um é muito importante para que possamos inovar e continuar proporcionando momentos especiais”.


Tão rápido quanto a repercussão do primeiro post, foi a da resposta. “Se os clientes que deram feedback com relação aos calçados e trajes são a sua demanda e suprem o faturamento da casa, go… Mas a realidade diz que assim não chega até o carnaval desse ano. Como uma empresa desse porte acompanha uma meia dúzia de frequentadores em sua mentalidade e pensamento tacanhos dessa maneira? Lamentável”; “Eu tô aplaudindo a coragem, porque noção não tem nenhuma”; “Não é possível que vcs acham que é assim que se faz "posicionamento". Mas, eu entendo… Afinal, nem todo social media e dono de restaurante tem graduação em Mkt. E outra coisa… Aqui no Rio é mais comum vc encontrar pessoas de classe social A e B de chinelo, do que engomadinhas. Trata-se de uma questão cultural e não social”; “A atitude de total discriminação, agora vem reiterar na tentativa de justificar o injustificável!!!! Agora quando precisaram, nos “SERTANEJOS” de domingo, podia entrar de chinelo, bermuda, top, e ter grupos com mais de 15 pessoas, era favorável!!!”, dizem alguns dos clientes insatisfeitos.
E mesmo com a resposta dada pela empresa nos posts seguintes: “Prezados clientes, boa tarde. Vimos agradecer cada opinião, pois são todas importantes para melhorarmos cada vez mais. Vamos avaliar cada observação. Fica o nosso muito obrigado!”, seguiram as enxurradas de colocações negativas em quase todas as publicações da página oficial do empreendimento. Em sua maioria, os comentários falam de uma posição preconceituosa e restritiva de acesso. Apesar de não ferir nenhum direito dos consumidores e clientes, a Vila St. Gallen, por certo, fere de morte a credibilidade e a boa imagem construída desde o seu início.


O comunicado da Vila St. Gallen repercutiu muito mal e virou questionamentos legais pelas redes sociais. São eventos e memes que tomaram as redes nos últimos dias em resposta à política restritiva de utilização da famosa vila cervejeira

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Edição 23/11/2024
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