A concessionária EcoRioMinas terminou a construção de uma mureta impedindo o retorno de veículos nas proximidades do Mirante do Soberbo, em trecho onde os motoristas que estavam no melhor ponto para admirar o Dedo de Deus cruzavam a rodovia BR-116 para retornar sentido Teresópolis ou Rio de Janeiro. A “barreira New Jersey”, nome técnico da divisória de pista, tem 270 metros de extensão, terminando, portanto, um pouco antes do fim do trecho em aclive na pista, sentido Além Paraíba. No final da proteção, está sendo finalizada pintura e sinalização. Apesar de ainda haver possibilidade de realizar manobra em local proibido e ainda mais perigoso, diante das condições do terreno no final da mureta, a orientação oficial da concessionária é que os motoristas que pretendam mudar de faixa só realizem o retorno sete quilômetros depois, no Viaduto do Meudon.
No trecho da Serra Rio-Teresópolis, na BR-116/RJ, estão sendo realizadas obras de contenção de encostas e reabilitação da sinalização horizontal, nos km 98+500, 95 e 94+200. “Durante o período do serviço será adotado o sistema pare x siga, de segunda a sexta-feira, de 8h às 18h. Já entre os km 098 e 099, estão sendo executados serviços de recuperação de pavimento rígido, com o sistema de pare x siga durante todo o período da obra”, explica a concessionária. Apesar de essenciais, tais obras têm gerado grandes retensões no fluxo de trânsito e gerado reclamações de quem precisa acessar a principal conexão de Teresópolis com o Rio de Janeiro.
Voto de repúdio
Apresentado aos vereadores na sessão da Câmara Municipal da última quinta-feira (16), Nota de Repúdio à concessionária EcoRioMinas, voto proposto pelo vereador Marcos Rangel que foi aprovado por unanimidade. O motivo da indignação manifesta dos vereadores são as obras que vêm sendo feitas de forma equivocada, com longas e despropositadas paralisações, e em vários locais da estrada ao mesmo tempo, causando irritação e atrasos nas viagens, especialmente nos fins de semana, quando a cidade deveria estar mais acessível aos visitantes. A falta de organização é evidente e as demoras nas viagens foram reclamadas, também, à redação do DIÁRIO. Entre as queixas estão o absurdo pare-siga entre o Soberbo o posto do Garrafão, muito longo, e onde o tempo reservado para escoar os veículos serra acima acaba prejudicado quando um veículo pesado está subindo, tornando lento o trânsito, e passando poucos veículos por vez porque não tem como se fazer a ultrapassagem.“Esse mau serviço contraria a lei que regula a concessão, porque o contrato estabelece ser dever da concessionária a prestação do serviço adequado, e a Eco Rio Minas não está prestando um serviço adequado aos usuários da estrada. Onde se viu levar 6 e até 7 horas para se chegar ao Rio por conta da desorganização da empresa?”, questionou o vereador Rangel.
“É claro que não se faz omelete sem quebrar ovos, e as obras são necessárias. Mas, essas obras estão sendo feitas sem o mínimo de preocupação com os usuários. Para fazer aquela mureta no Soberbo, o pare-siga provocou congestionamentos que iam até a igreja de Santo Antonio e ao viaduto do Meudon, isso em dias de semana, quando muitas as pessoas que moram na cidade também precisam passar por ali. Fiquei 45 minutos parado na estrada por causa da obra desse muro separando a pista”, disse Rangel, lembrando que é obrigação do prefeito cobrar a realização do serviço de forma adequada. “O prefeito não se coça, não se manifesta, e não deve tomar qualquer providência que desagrada a concessionária, mesmo tão necessária, porque a empresa dá a sobra de asfalto para ele usar na eleição, e que se danem os usuários da estrada. Três horas dentro de um carro, inclusive as ambulâncias transportando doentes, e os ônibus, com passageiros que têm compromissos no Rio de Janeiro. Estava ruim com a CRT e ficou muito pior com essa Eco Rio Minas. O município tem obrigação de questionar, e se o prefeito não faz isso, porque pode ter outros interesses, cabe a gente se manifestar, e cobrar, por isso o voto de repúdio, que é medida extrema, mas necessária”, justificou.
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