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O DIÁRIO DE TERESÓPOLIS
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Conselho Municipal de Saúde corre o risco de ser dissolvido

Hipossuficiência técnica e envolvimentos suspeitos de conselheiros estariam impedindo a fiscalização eficiente das ações da secretaria de saúde

Wanderley Peres

Lentidão na apreciação das contas da secretaria de Saúde, com análises apresentadas para votação mais de um ano depois das ações ocorridas; falta de imparcialidade de conselheiros, submissos à secretaria onde parentes estariam empregados ou a interesses de fornecedores; e falta de técnicos para a avaliação das contas, feitas hoje por amostragem devido a incapacidade explícita do Conselho Municipal de Saúde na sua relevante obrigação de fiscalizar… A Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga a utilização de recursos destinados ao combate à pandemia em Teresópolis bem revelou a fragilidade do órgão de contas e fiscalização da saúde em nossa cidade, situação que pode provocar decisão da CPI, em seu relatório final, pela dissolução de sua composição, como é comum ocorrer com os conselhos inadimplentes com a sua obrigação.
 
As suspeitas da CPI começaram quando foi perguntado ao vice-presidente do Conselho, na semana passada, sobre a mulher do presidente, se esta estaria nomeada, respondendo ele que um filho é que é nomeado. Agora, no depoimento do presidente do CMS, Valdir Paulino, quando perguntado sobre as nomeações de parentes de conselheiros em cargos na prefeitura, porque suspeita-se de outros casos, ele se negou a responder porque estava na condição de convidado e não de testemunha.

Além da nomeação de familiares de conselheiros em cargos, a composição das comissões do Conselho também sugere suspeitas quanto a sua autonomia e imparcialidade para fiscalizar e decidir. A comissão de "controle e avaliação dos serviços de saúde e corpo de trabalho da atenção primária e secundária à saúde", por exemplo, é composta pela FESO na cadeira de "profissional de saúde", ocupando o HCTCO a cadeira de "prestador de serviço de saúde", aparecendo, ainda, na suplência do conselheiro usuário, como coringa, representante do Diretório Acadêmico de Enfermagem, também ligado à instituição, que é prestadora de serviços à prefeitura.

Os depoimentos da última quarta-feira – de Valdir Paulino, Jarbas Carvalho e Jean Chiapeta, todos do Conselho Municipal de Saúde – caminharam mais em direção às atribuições do CSM, que tem função de fiscalizar e mostrou-se vulnerável para cumprir bem a função. Mas, na próxima quarta-feira, 23, a CPI volta à questão dos fornecedores, de alimentos, equipamentos de saúde e remédios, ouvindo a proprietária do restaurante Mandakaru, Roberta Paz; Lilian Dias dos Santos, do cartão Greenfood; e Fernando Antonio de Castro, que é representante da empresa Medeleverdnshon e participou do suspeitíssimo pregão 024, em 16 de junho de 2020, além de Diego Arruda Rodrigues, representante da empresa Lang & Filhos, que ganhou o pregão, embora tenha oferecido preço maior que seu concorrente, providencialmente desclassificado.

Também foram intimados, para esta reunião ou a próxima, três engenheiros especialistas em equipamentos de Covid-19, para apurar suspeitas da CPI sobre as condições dos equipamentos cedidos pela Beneficência Portuguesa ao Hospital das Clínicas.

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Edição 28/11/2024
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